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O Brasil está entre os maiores produtores mundiais de tilápias, mas as exportações ainda são pequenas (Foto: Shutterstock)

 

Embora pequenas, as exportações brasileiras de tilápia devem dobrar de volume a partir de 2021, puxadas pela maior demanda dos Estados Unidos e pela habilitação, só este ano, de 10 novas unidades por parte da China. A previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é de aumento de 150% no próximo ano. A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), mais conservadora, projeta um crescimento de 100% no período.

“Está havendo um fomento muito grande e com isso a gente conseguiu tecnificar, aumentar a produtividade por área e padronizar o produto. Isso fez com que a gente conseguisse começar a mostrar para o mundo que o Brasil é um forte produtor”, destaca a coordenadora de Produção Animal da CNA, Lilian Figueiredo.

Entre os principais incentivos dados ao setor, o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, destaca a isenção de impostos para exportadores de pescados, concedido pelo governo federal ao setor em 2018. “Com a implantação do drawback, tivemos um incremento nas exportações em 2019 de 33% e no ano de 2020 tínhamos a expectativa de aumentarmos em mais 100%, mas aí veio a pandemia e só não exportamos mais por falta de logística”, explica Medeiros.

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Foram 5,3 mil toneladas em 2019 e, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, o volume já chega a 4,7 mil toneladas, devendo encerrar o período em linha com o observado no ano passado. A partir de 2021, resolvidas questões logísticas impostas pela pandemia, como a falta de contêineres e a redução dos voos internacionais, a Peixe BR espera retomar o crescimento – com novas unidades de beneficiamento habilitadas a exportar para a China.

“A China também tem nos procurado bastante para importar e a gente sabe que já estão acontecendo algumas negociações. Então, a perspectiva é que comece a aumentar bastante a partir do ano que vem”, revela Lilian, da CNA.

Para os Estados Unidos, são outras 12 empresas habilitadas, segundo a Peixe BR. “Nosso objetivo é aumentar o número de compradores, porque quanto mais comprador melhor a indústria é remunerada”, reconhece Medeiros. Segundo ele, o setor tem capacidade de aumentar em até 20% ao ano sua produção, fazendo frente não só às exportações, mas também ao consumo interno – que cresceu 27% durante a pandemia.

“Para nós do setor de tilápia de cultura a pandemia teve impacto positivo. E aí pode ser que não alcancemos  os mais de 100% de aumento nas exportações por aumento do consumo do mercado interno. Não tenho como atender todo mundo e a prioridade sempre vai ser o mercado interno”, pondera Medeiros.
Source: Rural

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