Projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontam forte demanda chinesa por milho, outro fator que pode trazer sustentação aos preços do grão no mercado internacional (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
O surgimento de uma segunda onda de Covid-19 em países que já superaram o pico de contaminações da doença este ano, como vem ocorrendo em algumas regiões da Europa, pode elevar ainda mais os preços do milho. Em relatório mensal de mercado, o banco Itaú destacou, nesta quarta-feira (11/11), os possíveis efeitos da pandemia sobre as cotações da commodity em Chicago.
Segundo o banco, a possibilidade de um novo aumento de casos poderia gerar uma correção nas posições dos agentes financeiros que operam o mercado, cujo saldo líquido comprado chegou a 276 mil contratos na semana passada, o maior patamar desde 2012.
“No Brasil, no curto prazo a tendência é que os preços se mantenham firmes diante dos elevados patamares na CBOT (Bolsa de Chicago) e do câmbio desvalorizado, o que deve seguir sustentando as paridades de exportação”, aponta a instituição financeira, ao ressaltar para o risco climático da safra 2020/2021.
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“Apesar do plantio de milho verão estar em patamares semelhantes aos do ano passado, já há consultorias revisando negativamente a produção esperada face à seca que acomete, principalmente, o Rio Grande do Sul. Isso contribui para consolidar a perspectiva de mercado bastante equilibrado no 1º semestre do próximo ano, o que deve contribuir para sustentar as cotações no mercado doméstico”, afirma o relatório do Itaú.
Nos Estados Unidos, o banco alerta que diante da revisão negativa nas previsões do departamento de agricultura do país (USDA) para a produção local em 2020/2021, as perspectivas são de mais valorizações caso ocorra aumento na demanda internacional pelo grão americano.
“É válido ressaltar também a possibilidade de observamos uma aceleração das compras chinesas à reboque do aumento da demanda local e da provável revisão para baixo produção após a passagem de tufões na região nordeste do país”, ressalta o Itaú.
Na quarta-feira (10/11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou em 86% suas previsões para as importações chinesas de milho nesta temporada, de sete milhões para 13 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume fará da China o terceiro maior importador mundial de milho no próximo ano, atrás apenas do México e do Japão. A projeção do adido agrícola americano no país, por sua vez, é ainda maior: de 22 milhões de toneladas.
Source: Rural