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(Foto: Micolo J/CCommons)

 

A cenoura e o tomate foram as hortaliças com os maiores reajustes nos preços nas centrais de abastecimento (Ceasas) pelo Brasil, em setembro, segundo o 10º boletim Prohort, divulgado nesta quarta-feira (21/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre as frutas, laranja, banana e maçã puxaram o aumento nas cotações.

Com dados de 117 variedades de frutas e 123 hortaliças, o levantamento da estatal considera as oscilações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador do IBGE que mede a inflação para famílias entre 1 a 40 salários mínimos, nas 9 principais centrais de abastecimento das diferentes capitais brasileiras.

No caso do tomate, a elevação nas cotações variou entre 4,21% em Fortaleza (CE) e 32,46% na Ceasa de Brasília (DF). Com queda apenas no Rio de Janeiro, de -11,01%, os preços variaram de R$ 1,51 a R$ 2,80 o quilo. De acordo com a Conab, houve uma reversão na tendência de queda nos valores do tomate, verificada no início de setembro, por conta da diminuição dos frutos em ponto de colheita nas roças.

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A cenoura teve aumento em todas as praças analisadas, desde  9,68% em Vitória (ES) até 38,46% em Brasília (DF), ficando entre R$ 1,67 a R$ 2,58 pelo quilo nas capitais. Já a batata foi a única com recuo nos preços em todos os mercados analisados, entre -7,14% em Curitiba (PR) e, de forma mais acentuada, de -22,03% em Recife (PE), variando entre R$ 1,12 a R$ 2,10 o quilo.

“Esta tendência de declínio vem se registrando desde junho, sendo que em maio se deu o pico de preços deste ano. Em setembro, a oferta foi superior em 10%, tanto em relação a agosto deste ano, como em relação a setembro de 2019”, afirmou a Conab.

Por sua vez, a cotação da cebola teve queda de 0,82% em Goiânia (GO), e de 14,92% em Recife (PE), ficando entre R$ 1,54 a R$ 2,59. Para a alface, o único avanço significativo foi o de 5,19% em Vitória (ES). Houve recuo na maioria das Ceasas, principalmente São Paulo (SP), de -22,27%, e Recife (PE), de -43,48%. Os preços variaram entre R$ 1,42 a R$ 5,40.

“Com o calor na maior parte do país, bem como com a retomada gradual das atividades do comércio e do turismo esperava-se que os preços das folhosas, em especial da alface, tivesse tendência de alta. Porém a oferta conseguiu neutralizar esta pressão”, avaliou a estatal.

Frutas

Segundo a Conab, o volume total de frutas comercializado em setembro foi de 393 mil toneladas, -2,26% menor em relação ao mesmo mês do ano passado. No ano, entre janeiro e setembro, a queda acumulada nos negócios é de -5,06% em relação ao mesmo período de 2019, cenário explicado pela “queda de renda da população e pelo comportamento do consumidor na pandemia.”

O monitoramento do Prohort mostra que a banana foi a fruta com maior percentual de reajuste entre agosto e setembro, subindo 25,25% em Curitiba (PR) e 4,97% em Vitória (ES). As quedas ocorreram em Goiânia (GO), de -3,17% e em Fortaleza (CE), de -30,65%. Os preços da banana variaram entre R$ 1,24 a R$ 3,69 pelo quilo.

“Em setembro, foi registrada, novamente, baixa oferta da banana nanica, com a redução paulatina da oferta da variedade prata, o que significou alta de preços principalmente para os entrepostos atacadistas do Centro-Sul do país”, diz a Conab. “As exportações até setembro apresentaram bons patamares, mas deverão arrefecer por causa do fim da safra da variedade prata em diversas regiões produtoras e, predominantemente, da baixa oferta de banana nanica”, completa.

Seguindo a mesma tendência, a laranja registrou alta em todas as praças analisadas, oscilando entre a quase estabilidade em Goiânia (GO), de 0,02%, até acréscimo de 17,29% em Brasília (DF), fazendo com que o preço do quilo ficasse entre R$ 1,34 a R$ 2,51. 

“Isso (o aumento) pode ser explicado pela maior demanda em meio ao aumento do calor e a menor disponibilidade de frutas de boa categoria. Para suprir o mercado com esse padrão, as laranjas tardias foram enviadas ao varejo para suprirem a procura, pois possuem preços mais baixos que a da variedade pera”, pontua a estatal.

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Por sua vez, a maçã registrou forte variação, com retração de -9,61% na Ceagesp de São Paulo (SP), mas elevação de 12,28% em Goiânia (GO). Os preços da fruta variaram entre R$ 5,01 e R$ 6,53 pelo quilo em setembro.

Já o mamão apontou variação negativa na maior parte das capitais, com maior força em São Paulo (SP), de -26,69%, e em Belo Horizonte (MG), -36,89%. Fortaleza (CE) e Recife (PE) foram os únicos lugares onde o mamão teve aumento, de 18,98% e 10,92%, respectivamente. No mês, os preços da fruta ficaram entre R$ 1,28 a R$ 3,43.

"A produção de mamão teve leve queda da demanda com aumento da oferta, notadamente da variante papaya originária do norte capixaba e sul baiano, em virtude da alta temperatura que acelerou o amadurecimento. Já a produção de mamão formosa cresceu no norte capixaba na primeira quinzena do mês e diminuiu na segunda quinzena, com leve aumento de preços que só não foi maior em razão da presença de doenças fúngicas em alguns lotes para venda”, explica a Conab.

Por fim, a melancia foi a única fruta com queda em todas Ceasas analisadas. O maior recuo se deu em São Paulo (SP), de -27,70%, e, com menor força, em Fortaleza (CE), de -6,48%, cenário que deixou o quilo da melancia cotado entre R$ 0,86 a R$ 2,16.

"A melancia teve elevação da produção (principalmente da microrregião goiana de Uruana/Ceres) conjugada com queda de preços em todas as Ceasas, inclusive sendo registrada a falta de transporte para escoar a fruta aos centros consumidores, que aumentaram a demanda em decorrência do calor", pontua a Conab. "As exportações também subiram bastante, principalmente das minimelancias potiguares.”
Source: Rural

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