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Ministra Tereza Cristina no Conversa Com Bial (Foto: Reprodução)

 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que, do ponto de vista da agropecuária, uma reeleição do presidente americano Donald Trump, “talvez” fosse melhor para o Brasil, neste momento. Pontuou, no entanto, que, independentemente de quem seja eleito, o Brasil deve ter uma porta aberta e diálogo aberto com os Estados Unidos. Ela fez a declaração em entrevista do programa Conversa Com Bial, exibido na segunda-feira (12/10) pela TV Globo.

“Os republicanos sempre olharam mais para a área comercial e os democratas, eu acho, que são mais na parte geopolítica. Eu acho que, para o Brasil, neste momento, talvez, o Trump fosse melhor, mas isso depende de um diálogo, de uma empatia”, analisou. “O país é soberano. Eles têm que eleger quem eles quiserem e nós temos que ter que ter essa porta aberta, esse diálogo aberto, seja com que lado ganhar”, afirmou.

Tereza Cristina pontuou, no entanto, que olhando só para a área agrícola, "talvez não faça muita diferença". Lembrou que Brasil e os Estados Unidos são concorrentes no agronegócio, como nos segmentos de soja e carnes. Não há competição no mercado de milho porque os americanos produzem volumes bem maiores do que os brasileiros.

Pantanal

Questionada sobre o Pantanal, atingido por um alto número de queimadas neste ano, a ministra destacou a relação das ocorrências com a situação climática. E defendeu a realização de campanhas preventivas e que possam inibir o uso do fogo na região.

“Tem que deixar combustível estocado para os aviões que vão jogar água (para combate ao fogo), fazer esse estoque antes de começar os incêndios, treinar o pantaneiro para ser um brigadista. A gente sabe que vai passar por um período seco. Por que não fazer a prevenção?”, disse ela.

Tereza Cristina declarou, também, que a ciência tem que ouvir quem vive na região. Segundo ela, a pesquisa não pode ficar “confinada aos laboratórios”, mas ir a campo. E, desta forma, aliar-se ao conhecimento das pessoas que vivem no Pantanal. 

“Temos muito material para discussão e para saber se precisamos de 'boi bombeiro' ou não”, disse, ao responder sobre declaração dada recentemente no Senado.

Assista à integra do programa

 

  Ela acrescentou que o Brasil é uma “potência agroambiental”. Reconheceu, no entanto, que o setor agropecuário paga um preço pelos danos à imagem do país por conta dessas discussões. Na visão da ministra, não é motivo para atacar “os outros que, lá no passado, tiveram outra motivação”. 

“A verdade é que nós, o Brasil, tivemos a oportunidade de ter esse meio ambiente preservado. Agora, malfeitos, em um país de dimensões continentais como o nosso, sempre vai ter. O que precisa é de políticas públicas fortes e coibir as coisas ilegais”, afirmou.

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Sobre a inclusão da questão ambiental nas discussões do acordo entre Mercosul e União Europeia, ela disse que “nesse jogo, não tem bobo”, embora admita que a pressão internacional vai dar mais trabalho para a ratificação do acordo. 

“Esse ano é um ano eleitoral, em que os partidos verdes estão aumentando na Europa. Eu não estou aqui dizendo que vamos ter ou não vamos ter problema, mas acho que a gente pode discutir e mostrar os pontos que eles querem discutir do nosso acordo”, analisou.

Futuro político

Questionada sobre sua atuação no governo e eventuais pretensões políticas, Tereza Cristina disse que precisa avaliar bem seu projeto político a partir de 2022. E negou a possibilidade união dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, com ela à frente do que poderia ser uma “superpasta”. Ela disse que não há condições de unir os dois ministérios, já que questões ambientais vão além da agricultura.
Source: Rural

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