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Agricultura familiar é importante ferramenta para o combate à fome ao redor do mundo (Foto: Divulgação/ONU)

 

O Programa Mundial de Alimentos (World Food Program, em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) foi anunciado vencedor do Prêmio Nobel da Paz, nesta sexta-feira (9/10). A maior agência humanitária da ONU recebeu o reconhecimento por combater a fome em 88 países na tentativa de que as 690 milhões de pessoas, que estão em situação de insegurança alimentar, tenham o que comer.

Em um ano atípico, em que a pandemia da Covid-19 enfatizou o problema de abastecimento, Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do WFP e diretor do Centro de Excelência contra a Fome, chamou a atenção para o papel do Brasil como contribuinte nas doações de alimento.

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“O Brasil, desde o começo do século, sempre foi um player importante nessa construção [do combate à fome]. Foi um dos maiores doadores de alimentos, ou seja, muitas populações do mundo foram alimentadas com arroz, feijão, milho, soja brasileiros”, aponta.

Neste sentido, Balaban conta que o Brasil também tem papel relevante na cooperação para para o desenvolvimento de outras nações, à medida que países vulneráveis estão criando políticas públicas de alimentação baseadas nas políticas brasileiras. A agricultura familiar faz parte do processo.

Temos que ajudar os países a dinamizar a sua produção de alimentos, quanto mais países tiverem mais alimentos, menos ficarão vulneráveis suas populações

Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do WFP

“Muitas políticas públicas estão ligadas ao fornecimento de produtos da agricultura familiar para alimentação escolar. Então você dinamiza o agricultor familiar, faz com que ele produza mais e, ao mesmo tempo, fornece produtos saudáveis às crianças na escola”, explica.

Ao mesmo tempo em que o Brasil é um grande produtor de alimento, Daniel Balaban lamenta que aqui seja desperdiçado um terço do que se produz. “Só esse um terço que o Brasil desperdiça daria para atender a população do país e de outros países”, comenta.

Para ele, assegurar o acesso ao alimento também é uma forma de levar paz e diminuir conflitos armados. A fome leva à desesperança e se torna sinônimo de guerras. “Temos que ajudar os países a dinamizar a sua produção de alimentos, quanto mais países tiverem mais alimentos, menos ficarão vulneráveis suas populações”.

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Assista, a seguir, trecho da entrevista com Daniel Balaban:

 

Auxílio da tecnologia

 

 

 

 

 

Balaban afirma que as tecnologias devem ser utilizadas para pensar em soluções. “Teríamos que criar soluções criativas para embutir na cabeça do produtor, do funcionário das Ceasas, das famílias para se conscientizar”, ele sugere.

Sobre isso, o representante do WFP no Brasil diz que o programa tem um hub de tecnologia que cria, ajuda e fomenta startups para tentar organizar e melhorar o acesso de alimentos por meio da tecnologia, incluindo o uso de drones.

“Nós temos sistemas que, agora, a gente entra e vê onde estão os navios do mundo com alimentos, que tipo de alimentos e que possam ser utilizados nesse instante para direcionar a um país, que possa ter sido atingido por alguma catástrofe, para que possa ser atendido o mais rapidamente possível”, revela.

Ele diz ainda que o WFP também tem um mapa que aponta as possíveis quebras de safra, decorrentes por catástrofes naturais, “então a gente já sabe e alerta o país” sobre a vulnerabilidade alimentar.

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Mudanças climáticas

Daniel Balaban assegura que as mudanças climáticas estão cada vez mais nítidas em todo o mundo, fazendo com que produções agrícolas em diversos países sofram alterações e sejam prejudicadas.

“Os verões estão sendo mais rigorosos, os inversos também, ou seja, o clima está oscilando muito e está fazendo que tenha muita quebra de safra em países do mundo”, conta, ao exemplificar que nos países africanos, principalmente, a situação acaba resultando em fome. “Eles não têm de onde tirar e não tem a mesma tecnologia”.

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Source: Rural

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