Skip to main content

(Foto: Wikimedia Commons)

 

Entidades e representantes do agronegócio brasileiro participaram do segundo dia da audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), que discute o Fundo Clima e a gestão ambiental no Brasil. Alexandre Mendonça de Barros, represendo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), disse que o “respeitar o meio ambiente é um desafio inerente ao sistema produtivo brasileiro”.

Para ele, na prática, o Código Florestal ainda não foi implementado e o Brasil tem problemas de implementá-lo em nível estadual. Mendonça de Barros admitiu que o setor ainda está "aprendendo a lidar" com o Cadastro Ambiental Rural. “É fato concreto que temos uma enorme dificuldade operacional e que isso precisa ser avançado, e isso passa pela Justiça”, reconheceu ao se voltar para o ministro do STF Luís Roberto Barroso.

Rodrigo Justus de Brito, coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), disse há “uma confusão entre amazônias”, ao se referir à divisão geográfica, do bioma, e à política, da Amazônia Legal.

De todo modo, para ele, incêndios como na Amazônia e Pantanal se juntam a tantos outros que acontecem ao redor do mundo, como Califórnia, Austrália e África. No Pantanal, Brito afirmou que as chuvas apagaram os incêndios nesta semana e “o produtor rural é vítima de desmatamentos e incêndios ilegais”.

saiba mais

Brasil não cumprirá Acordo de Copenhague, diz coordenador do Observatório do Clima

Alterações podem enfraquecer Código Florestal, diz ministra

 

A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-Brasil) esteve representada pelo diretor-executivo Fabrício Rosa. Ele defendeu a produção da oleaginosa, dizendo que representa 60% da área plantada no Brasil e “é a cultura que mais contribui no país e no mundo para a preservação ambiental”.

De acordo com Rosa, a soja ocupa 4% do território brasileiro e apenas 1% da Amazônia. “É possível afirmar sem medo de errar que não é a soja e o milho o vetor relevante de desmatamento no país, embora sejam de forma recorrente colocados em campanhas contra o agronegócio brasileiro. Comida e energia mais sustentáveis vêm dos campos de soja e milho no país”, defendeu.

O deputado Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária para a região Sudeste, mencionou o Renovabio e os créditos de descarbonização. Ele acredita que fomentar a implementação de títulos verdes pode, inclusive, ser uma alternativa de investimento estrangeiro.

“O Fundo do Clima não pode ser o fundo depositário de recursos oficiais orçamentários, estaria limitado. São acordos internacionais, que nós poderemos fazer com que países do mundo todo possam contribuir para o esforço de preservação”, disse. E ainda encerrou dizendo que o Supremo “deve ser o guardião” do Fundo Clima.
Source: Rural

Leave a Reply