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“Pedimos que todos os países busquem o desenvolvimento verde", disse o presidente chinês Xi Jinping (Foto: Divulgação/Emb. da China no Brasil)

 

Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (22/09), o presidente da China, Xi Jinping, engrossou o coro de líderes internacionais que apontam a crise econômica provocada  pandemia de Covid-19 como uma oportunidade para avançar em medidas de descarbonização da economia mundial. “A Covid-19 nos lembra que devemos lançar uma revolução verde e nos voltarmos para um desenvolvimento sustentável para preservar o meio ambiente e fazer da terra um lugar melhor para se viver”, afirmou.

O incentivo a setores chave para descarbonização da economia tem aparecido em planos de recuperação de países da Europa. Na Alemanha, as medidas de incentivo ao consumo preveem 130 bilhões de euros para promover o crescimento e a criação de empregos em setores de baixo carbono. Na Coreia do Sul, o governo anunciou um pacote de investimento de US$ 61,9 bilhões até 2025 com propostas para substituir sistemas baseados em combustíveis fósseis por energias renováveis, como energia solar, eólica e baseada em hidrogênio. O plano do país prevê zerar as emissões de carbono até 2050.

No caso da China, Jinping afirmou durante a Assembleia Geral da ONU que pretende zerar suas emissões de carbono até 2060. “Pedimos que todos os países busquem o desenvolvimento verde, considerando as oportunidades que surgiram desde a revolução industrial e de todas as revoluções que passamos”, apontou o presidente chinês ao classificar a Covid-19 como um “teste” para o sistema de governança global. “Não podemos fechar os olhos para os avisos da mãe natureza. Não podemos continuar explorando os recursos sem restauração. Devemos criar um desenvolvimento verde e adotar todos os passos para criar um mundo mais sustentável”, defendeu Xi Jinping.

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Segundo o professor sênior de agronegócio no Insper, Marcos Jank, o discurso da China na ONU buscou ocupar um espaço que, até então, era ocupado pelos EUA. “Ele está assumindo o papel que antes quem assumia eram os EUA. Toda essa agenda começou lá trás, puxada pelos países ocidentais. E hoje a CHina começa a abraçar esse tipo de agenda até pra assumir uma liderança internacional onde existe um vácuo de liderança”, avalia Jank, ao destacar o tom agressivo adotado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

“O que esse vento da ONU mostra, infelizmente, é um mundo de belicosidade quase explícita. Eu vejo muito a necessidade de a gente construir pontes, e a ONU é uma ponte muito importante da humanidade para evitar uma nova guerra. Quando eu ouço os discursos confrontacionistas, eu chego a ficar um pouco assustado”, afirma o professor.
Source: Rural

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