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CEO's de bancos participam de live som a colunista de O Globo, Miriam Leitão (Foto: Reprodução)

 

Os presidentes dos bancos Santander, Itaú e Bradesco defendem que supermercados e consumidores têm papel fundamental na fiscalização da origem da carne, objetivando o fim da produção conivente com o desmatamento ilegal. Eles falaram em transmissão virtual promovida pelo jornal O Globo, nesta sexta-feira (4/9), com a colunista Miriam Leitão.

Sérgio Rial, CEO do Santander Brasil, defendeu que a potência da agricultura e da pecuária está diretamente ligada à Amazônia e, por isso, uma produção sustentável é essencial para que o agronegócio brasileiro continue como fornecedor carro-chefe da economia brasileira.

O executivo, que já foi CEO da Marfrig Global Foods, defendeu um olhar holístico sobre toda a cadeia da carne, que compreende desde o valor da terra condicionado ao preço da soja até o comportamento do consumidor perante o alimento na gôndola.

“Temos que começar a trazer os supermercados e o consumidor para elevar esse nível de consciência. Qual o papel do consumidor brasileiro nesse diálogo? Ele tem cada vez mais o papel de se questionar qual a origem dessa carne”, disse ao complementar que não é apenas o consumidor europeu que deve demandar sustentabilidade nos processos produtivos.

Neste sentido, Octavio de Lazari Junior, CEO do Bradesco, ressaltou que a aproximação dos três bancos com os frigoríficos busca intensificar os processos de rastreamento da carne, para que todos os atores estejam cientes. “Essa rastreabilidade do campo ao garfo é preciso fazer e esse conselho consultivo vai nos ajudar a não financiar empresas desse tipo [que desmatam]”, explicou Lazari.

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Ainda que o conselho consultivo esteja começando a se reunir, Lazari afirmou que Bradesco, Itaú e Santander já têm mecanismos para bloquear créditos aos que têm práticas ilegais. “Temos um pente muito fino de decisões, crimes, sentenças, porque essas informações vão para nossas áreas de sustentabilidade e são travadas por lá. A pessoa não vai nem passar pela égide do crédito, ela já é desclassificada na avaliação socioambiental.”

Candido Bracher, CEO do Itaú Unibanco, admitiu que é mais fácil ter controle sobre a atividade dos grandes produtores, mas a pretensão é que todos os criadores de gado da Amazônia passem a ser analisados. “As conversas iniciais com os frigoríficos sinalizam a boa vontade deles, que querem assumir compromissos e nós vamos avaliar cada um”, explicou.

Rial, do Santander, enfatizou a importância dos grandes pecuaristas estarem em conformidade para que sirva de exemplo aos menores, “de forma que a cadeia se torne um fiscalizador, como é com a soja”. E ainda complementou dizendo que, independente do tamanho da propriedade, “já está mais do que provado de que nessas fazendas que você vê desmatamento ilegal a produtividade é baixa”.
Source: Rural

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