Skip to main content

(Foto: Isabel de Moraes)

 

O adiamento de casamentos e festejos devido à pandemia do coronavírus não cancelou os motivos para o setor de vinhos e espumantes comemorar. “Temos a melhor safra dos últimos 20 anos. Todos os derivados da uva desta safra ficarão para a história devido ao alto padrão”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Vinhos (Ibravin), Márcio Ferrari.

Segundo Ferrari, no pior cenário, estima-se ainda um aumento de 10% nas vendas de vinhos espumantes para o final deste ano, um período mais importante no mercado para o setor. Em 2019, as vendas de espumantes nos festejos de final de ano cresceram 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.

saiba mais

Empresários de Ribeirão Preto produzem vinho no meio do canavial

 

“Se houver flexibilização das medidas (restritivas de isolamento), haverá boom nas vendas. A questão é adivinhar o que vai acontecer com a pandemia”, explica Ferrari, prevendo que a comercialização pode ter alta de até 30% no melhor cenário.

Os negócios no primeiro semestre – 66,42% superiores ao mesmo período de 2019 – deram fôlego e ânimo aos produtores, que agora esperam ansiosos para confirmar se estes produtos já estão na mesa do consumidor ou se ainda aguardam por ele nas gôndolas, de acordo com o presidente da Uniao Brasileira da Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Luis Argenta.

saiba mais

Região do Alentejo vê Brasil como estratégico para venda de vinhos e azeites

 

No entanto, segundo Argenta, os primeiros seis meses deste ano registraram queda de 26,19% na comercialização dos espumantes tipo Brut em relação ao mesmo período do ano anterior. Já os espumantes moscatéis praticamente mantiveram o mesmo volume de 2019, com incremento de 1,68%.

“Mesmo assim, as vendas seguem em crescimento e, com isso, o brasileiro está tendo a oportunidade de degustar a qualidade do produto nacional e descobrir que não paga mais por isso”, destaca Argenta. “Julho, por exemplo, é responsável por 26,13% de todo vinho fino vendido este ano, que chegou a 14.659.904 litros. É o melhor desempenho de 2020 nesta categoria”, completa.

saiba mais

Apesar da pandemia, Vinícola Aurora aumenta em 71,7% exportações para Ásia

 

Com relação aos empregos, os representantes do setor afirmam que não houve perdas significativas, e muitos dos trabalhadores que tinham sido demitidos no início da pandemia foram readmitidos para suprir a necessidade das vinícolas.

“As vinícolas de grande porte tiveram incremento de empregos, pois o grande volume de venda vem delas, que estão nos supermercados com produtos de entrada. Já as pequenas, muitas delas familiares, seguem com a mesma estrutura ou até enxugando. Apesar de estarmos falando de um mesmo setor, as variáveis são muitas. Depende de cada realidade”, explica Argenta.

saiba mais

Exportação brasileira de vinhos e espumantes cresce 39%

 

 

Champagne

 

Já a região do espumante mais prestigiado do mundo, a Champagne, sofre com o ano mais sombrio da história do produto. O grupo de luxo LVMH, player dominante com suas marcas Moët & Chandon, Veuve Clicquot, Ruinart e Mercier, informou que o preço de compra para os cachos de pinot noir, meunier e chardonnay, suas três variedades de uvas emblemáticas, caiu de 15 a 25 centavos de euro por quilo.

Outro indicador é o rendimento dos viticultores em 2020, que caiu 20% em relação ao ano anterior. Cada videira de Champagne não pode, portanto, dar mais de 8.000 toneladas de frutas por hectare, em comparação com as 10.200 toneladas colhidas em 2019. Por ser um produto com a produção controlada pelo mercado, esse número é fixado pela comissão de Champagne, que reúne viticultores e comerciantes.

saiba mais

Conheça as vinícolas que fazem o vinho das missas brasileiras

 

“Este ano foi muito difícil definir um rendimento, geralmente estabelecido pelo número de garrafas vendidas até julho, pelas projeções de vendas para o ano e pelo nível de estoques”, explicou Maxime Toubart, presidente do Sindicato Geral dos Viticultores (SGV) de Champagne, em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Segundo ele, a pandemia de coronavírus colocou o vinhedo em crise. “Já perdemos 45 milhões de garrafas, o que representa menos um terço das vendas”, destaca Toubart.
Source: Rural

Leave a Reply