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(Foto: Jonathan Campos/Ag. Gazeta do Povo)

 

O aumento da competitividade do Brasil no mercado internacional em meio à desvalorização do real e o maior consumo interno de grãos para alimentação animal devem estimular o plantio de milho e soja na safra 2020/2021, iniciada em julho.

Segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgada nesta terça-feira (25/8), a duas commodities devem registras recordes de produção neste ano-safra, com 113 milhões de toneladas do cereal e 133,5 milhões de toneladas da oleaginosa – aumento de 12% e 7,3% em relação a 2019/2020, respectivamente.

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“O agronegócio brasileiro se mostrou resiliente e permaneceu em expansão no primeiro semestre de 2020. Nessa mesma linha, o mercado do milho deverá seguir em expansão em 2021, devido à expectativa de elevação de exportações, retomada da demanda por etanol de milho e sustentação da demanda para ração animal”, aponta o relatório.

A área plantada com o milho nesta nova temporada atingirá 19,8 milhões de hectares, avanço de 7% ante igual período do ano passado, enquanto para a soja o órgão prevê o plantio de 37,8 milhões e hectares, avanço de 2,8% na mesma comparação.

Os números levam em consideração uma queda de 0,8% na produtividade média nacional de milho devido à possibilidade de formação do La Niña. “A possibilidade de formação do fenômeno La Nina necessita de monitoramento e atenção ao planejamento do produtor de milho. A ocorrência deste evento climático no oceano Pacífico poderá impactar a produtividade do milho e soja de segunda safra, visto que tal fenômeno poderá retardar a chegada das chuvas na região Central e Sul do Brasil”, alerta a Conab.

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Demanda

Em relação à demanda, as previsões são de um consumo 7% maior de milho no Brasil em 2020/2021, avaliado em 72 milhões de toneladas, e aumento de 13% nas exportações, com previsão de embarque de 39 milhões de toneladas nesta nova temporada.

“A expectativa câmbio desvalorizado e elevada rentabilidade e estimulará o aumento de fixação de contratos de exportações na safra 2020/21”, explica a Conab ao destacar as expectativas de recuperação econômica pós-pandemia após os estímulos financeiros oferecidos pelos bancos centrais das maiores economias mundiais.

“Caso se confirmem as boas cotações do milho no mercado brasileiro, as expectativas de aumento do consumo animal e industrial do cereal, além de um real desvalorizado no primeiro semestre de 2021 deverão sustentar a boa competitividade do milho nacional no mercado internacional e estimular o aumento da produção de milho no país”, conclui a Conab.

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A companhia também prevê manutenção dos preços elevados do grão, chegando a R$ R$ 42,32 a saca de 60 quilos entre maio e junho do ano que vem. “O aumento das vendas antecipadas ainda em 2020 para o milho de segunda safra poderá exercer pressão por alta de preços no abastecimento de pequenas agroindústrias que atuam no modelo just in time de compra de insumos em 2021”, explica o estudo.

No caso da soja, a Conab destaca que a forte demanda chinesa em meio à guerra comercial com os EUA deve dar sustentação às exportações e aos preços no mercado interno. A previsão do órgão é de que o país continue concentrando as exportações brasileiras da oleaginosa, avaliadas em um volume recorde de 86,4 milhões de toneladas no próximo ano ante 82 milhões de toneladas esperadas para 2020.

“Apesar de um aumento nos custos de produção provocada pela desvalorização do real, a expectativa de preços para 2021 são melhores que em 2020 e podem trazer boas rentabilidades ao agricultor brasileiro”, ressaltam os pesquisadores. A previsão da Conab é de que a cotação da oleaginosa no mercado interno atinja R$ 85,8 a saca de 60 quilos em maio do ano que vem.
Source: Rural

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