Skip to main content

(Foto: Nájia Furlan/Portos do Paraná)

 

A assinatura da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China após anos de guerra comercial é um fator adicional de risco para as exportações brasileiras a partir do segundo semestre deste ano, segundo avaliação feita pelos pesquisadores do Ipea em Carta de Conjuntura divulgada nesta terça-feira (25/8).

O compromisso assumido entre os dois países prevê que a China deverá aumentar em US$ 200 bilhões as importações dos EUA nos próximos dois anos, podendo favorecer as exportações americanas de soja para o país.

saiba mais

Covid-19 reduz produção de carne e impede crescimento maior do PIB Agro em 2020

Brasil terá produção recorde de soja e milho na safra 2020/2021, prevê Conab

 

“A proposta é reduzir o déficit comercial bilateral com os norte-americanos. Se esta expectativa for confirmada, o Brasil poderá enfrentar problemas, uma vez que a China é responsável por cerca de 75% das vendas brasileiras”, aponta o Ipea.

O instituto lembra ainda que, nos próximos meses, os EUA devem apresentar aumento da oferta da oleaginosa diante de uma “super-safra” 24,5% maior esperada para 2020/2021, avaliada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em 120,4 milhões de toneladas. Caso confirmada, a produção americana também deve pressionar os preços no ano-safra.

saiba mais

Crise na pandemia deve reduzir área plantada de algodão em mais de 10% em 2020/21

Área plantada de arroz deve aumentar pela primeira vez em mais de 10 anos

 

“A expectativa é que as exportações continuem a subir este ano, recuperando da queda verificada no ano passado, com os preços estáveis ou em ligeira elevação. No entanto, é possível que a China aumente a compra do grão dos Estados Unidos”, explica a Carta de Conjuntura do Ipea ao destacar o crescimento dos embarques para outros destinos, como a Holanda. As exportações para o país, considerado porta de entrada para o mercado europeu, já cresceram 112% neste ano.

Proteína animal

 

No mercado de proteína animal, o Ipea destaca o crescimento de 32% nas exportações brasileiras de carne bovina puxadas pelo aumento da demanda chinesa. O país concentrou cerca de 64% do total exportado pelo Brasil, aumentando em 56,9% sua participação nas vendas totais do Brasil no mercado internacional.

saiba mais

China fez maior compra de soja americana da história na semana passada, diz Trump

 

O instituto, contudo, ressalta a queda nas exportações do setor para outros países. “As exportações de carne de frango caíram 11% no período, devido quase que exclusivamente à redução dos preços. Mesmo com um aumento de 19% nas exportações para a China, a queda para os outros destinos, em especial os mercados na Ásia e Oriente Médio, foi bastante intensa”, lembram os pesquisadores do Ipea.
Source: Rural

Leave a Reply