(Foto: United Soybean Board/CCommons)
Agosto tem sido um mês de bons negócios nos mercados de soja, milho e arroz, com os preços pagos ao produtor subindo de forma significativa. É o que apontou levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Negociada acima de R$ 130, a soja se aproxima de recorde real. Na parcial de agosto, o indicador Esalq/BM&FBovespa Paranaguá (PR) subiu 11,5% e chegou a R$ 132,80 pela saca de 60 kg na sexta-feira (21/8) – recorde da série do Cepea iniciada em março de 2006.
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Em termos reais, os valores negociados se aproximam do recorde da série do Cepea, de R$ 139,20 pela saca, em setembro de 2012. Já o indicador Cepea/Esalq Paraná avançou 13,9% no mês, para R$ 126,96 – máxima nominal e maior patamar real desde setembro de 2012.
Segundo pesquisadores, além do baixo excedente interno, a alta está atrelada à desvalorização do real frente ao dólar, o que mantém o grão atrativo aos importadores. Além disso, a procura por farelo e óleo de soja é grande no mercado doméstico. O Cepea também destaca vendas inéditas de soja para entrega entre fevereiro e julho de 2022.
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Milho
No caso do milho, o indicador acumula alta de 17% em agosto e se aproxima de R$ 60 pela saca, em acentuado movimento de alta no mercado interno. Segundo o Cepea, isso ocorre mesmo com a colheita avançada da segunda safra e com estimativas de produção recorde.
No acumulado da parcial de agosto, o indicador Esalq/BM&FBovespa (base Campinas-SP) subiu 17,35%, fechando a R$ 59,60 pela saca de 60 kg na sexta-feira (21/8), próximo ao patamar real verificado em março de 2020 (média mensal de R$ 60,36 pela saca).
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Arroz
Já o indicador do arroz em casca Esalq/Senar-RS, 58% grãos inteiros, vem renovando as máximas reais desde 11 de agosto e já opera na casa de R$ 83 pela saca de 50 kg. Na sexta-feira (21), atingiu R$ 83,09, com alta de 22,12% na parcial do mês.
Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda aquecida, especialmente por parte de compradores de São Paulo e de Goiás, segue elevando os preços. Diante da concorrência entre empresas na aquisição de novos lotes, os produtores têm limitado as vendas de arroz em casca no mercado spot à espera de preços ainda maiores.
Source: Rural