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Campo de multiplicação de sementes da TMG, em Correntina (BA). Promessa de novas cultivares de algodão é de alta produtividade e controle de lagartas (Foto: Divulgação/TMG)

 

Uma nova biotecnologia de amplo espectro de controle das principais lagartas que atacam a cultura do algodão agrega três proteínas das bactérias Bacillus thuringiensis, conhecidas como Bt, estará disponível para os produtores já na safra 2020/2021. A Corteva Agriscience e a Tropical Melhoramento & Genética (TMG) apresentaram a terceira geração da WideStrikeÒ3. Segundo as empresas, a tecnologia contém as proteínas Cry1F, Cry1Ac e Vip3A, com potencial inseticida para as principais pragas, com destaque à lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e à lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera).

“A biotecnologia vem como o auxílio ao produtor no controle e proteção das plantas com relação a essas pragas. Não temos casos registrados de resistência da Helicoverpa armigera às proteínas Bt, que, junto com a Spodoptera, são as principais pragas que atacam a cultura do algodão e provocam um dano muito severo nas estruturas reprodutivas que vão formar as plumas. A WideStrike3 vem trazer a proteção superior dessas estruturas”, pontuou Lucas Silveira, líder de Portfólio de Algodão da Corteva.

Segundo Silveira, em ensaios de campo conduzidos em 79 áreas desde a safra 2014, a multinacional registrou um dano de até 20% por causa da Helicoverpa em plantas não-Bt. Já nas plantas que possuem a biotecnologia, os danos ficam abaixo de 3%.

Cultivares

Licenciada pela TMG no Brasil, a biotecnologia WideStrikeÒ3 estará presente nas duas cultivares para a safra 2020/2021, com foco no mercado de exportação da pluma. A TMG 50WS3 tem a promessa de precocidade, alto potencial produtivo, tolerância à ramulária e qualidade de fibra. A TMG 91WS3 também promete um alto teto produtivo, com destaque para sua ampla adaptabilidade e elevado peso de capulho.

As duas são indicadas para Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo. Na avaliação da TMG, 50% do volume disponível da nova biotecnologia deve ser comercializado em Mato Grosso, 30% para o oeste baiano, 10% em Goiás e 10% em Minas e Mato Grosso do Sul em função das características dos materiais.

A TMG lançou a primeira WideStrike em 2013. Apostando no potencial dessa nova geração da biotecnologia, disponibilizará entre 40 mil e 50 mil sacos de sementes WideStrikeÒ3. No último lançamento da empresa, tinham sido colocadas cerca de 6 mil sacos.

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A expectativa é alcançar 46% de market share, o que lhe daria a liderança de mercado. Hoje, a empresa é vice-líder em sementes de algodão, com participação de 39% e presença em mais de 1/3 da área plantada com a cultura no país.

“A gente imagina que em uma ou duas safras, no máximo, vamos atingir a liderança do mercado de algodão com germoplasma. O lançamento de uma biotecnologia nova como a WideStrikeÒ3 vem compor um portfólio e vem trazer também a possibilidade de aumentar a nossa participação no mercado”, salienta Silvia Camacho, gerente de marketing da TMG.

Para garantir a longevidade da tecnologia, Corteva e TMG chamam a atenção para a necessidade do produtor fazer um Manejo Integrado de Pragas (MIP), com ações como controle de plantas daninhas e voluntárias, utilização do vazio sanitário, dessecação antecipada, uso de sementes certificadas, tratamento de sementes e refúgio. A recomendação é plantar área correspondente a 20% do total com plantas não-Bt, a uma distância de até 800 metros das parcelas com o algodão Bt.

“Eu gosto de listar a importância da utilização da área de refúgio, que é uma das ações de extrema importância para a longevidade da tecnologia onde realizamos um plantio estruturado sem a biotecnologia. O objetivo disso é fazer com que a gente produza um número alto de indivíduos susceptíveis e evite a resistência às tecnologias”, ressalta Lucas Silveira, líder de portfólio de algodão da Corteva.

Pandemia

Silveira comentou a previsão de redução da área plantada na próxima safra em virtude da pandemia da Covid-19. “O agronegócio como um todo não foi muito impactado pois é um setor primário da economia, porém, o setor algodoeiro e de vestuário sofreu um pouco mais com o lockdown. A oferta e demanda de pluma mundial acabou sendo desbalanceada em relação às projeções passadas que tínhamos”, afirmou. 

Já em produtividade, a safra que está sendo colhida agora teve uma resposta muito boa, na avaliação do especialista, em decorrência das condições climáticas favoráveis e no período da colheita, produzindo um algodão de alta qualidade.

“O que a gente sente, nos últimos dias, é um aquecimento no movimento de venda de sementes, que é um dos insumos. No mercado que estava bem parado, quando a gente viu uma reação nos preços da pluma, a gente percebe que a procura por semente volta a acontecer com uma intensidade maior”, acrescenta Silva Camacho, gerente de merketing da TMG.
Source: Rural

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