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(Foto: Getty Images)

 

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, cerca de 20% dos trabalhadores de frigoríficos contraíram o novo coronavírus. A estimativa é da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação e Afins (CNTA).

O cálculo é baseado em informações enviadas por sindicatos locais e nas testagens em massa realizadas já realizadas por empresas do setor. Conforme dados do Ministério da Economia, o setor emprega mais de 500 mil pessoas no país.

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“Nós buscamos conversar com trabalhadores dentro dos frigoríficos e, dentro daquilo que eles têm de informação e nos relatam, acreditamos que cerca de 20% deles já contraíram o vírus”, explica Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.

Segundo ele, o percentual é uma média, já que, em algumas unidades, essa taxa de contaminação pode chegar a até 50%. “Os frigoríficos são compostos por jovens, a média de idade não chega a 35 anos. Isso significa que a maioria desses trabalhadores que contraírem o vírus serão assintomáticos”, completa o sindicalista.

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Conforme Camargo, o fato de esses trabalhadores serem majoritariamente assintomáticos contribui para a disseminação da Covid-19. Por isso, ele defende a adoção da testagem em massa.

“O grande problema é não ter a obrigatoriedade de fazer o teste em massa. Isso é um fator realmente muito preocupante. Quando se constata que existem 15 ou 20 trabalhadores contaminados, é porque eles apresentaram sintomas”, afirma o sindicalista, criticando as normas estabelecidas pelo governo federal para o setor.

Como é que o governo impõe uma medida dessas (não obrigar a testagem em massa)? Não consigo ter outra interpretação que não seja a de uma tentativa deliberada de não revelar o número de trabalhadores contaminados na indústria frigorífica

Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA

 

A CNTA defende que os frigoríficos reduzam o ritmo de produção, diminuindo a jornada de trabalho de forma a distribuir 50% dos trabalhadores por turno e, assim, aumentar o distanciamento de pessoas dentro das fábricas.

Sem isso, Camargo afirma que o sindicato “não vê nenhuma possibilidade de reduzir a proliferação da Covid-19 dentro dos frigoríficos”. “Não estou falando de diminuir a produção, mas de diminuir o ritmo. A indústria está produzindo mais do que estava em condições normais. A exportação cresceu 50%. Isso é um negócio inadmissível dentro de uma situação de calamidade como essa”, ressalta o presidente da CNTA.

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Source: Rural

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