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(Foto: Beyond Meat/Divulgação)

 

Uma das precursoras da produção de carne vegetal – produto que imita a carne bovina, mas é 100% feito à base de plantas -, a Beyond Meat chega ao Brasil de olho em parceria com agricultores para expandir os negócios e conquistar mercado.

“É um processo gradual a parceria com os agricultores. É eficiente e sustentável, além de fazer mais sentido economicamente. Estamos comprometidos em criar oportunidades para os produtores e demonstrar que eles poderão ter mais lucratividade cultivando vegetais para os nossos produtos. Queremos colaborar com o agronegócio brasileiro”, afirmou Will Schafer, diretor de marketing da Beyond Meat, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (29/7).

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Ele ponderou que a empresa ainda não se aprofundou na análise do cenário agrícola brasileiro porque, inicialmente, os produtos comercializados no país são importados. Mas sinalizou que a Beyond Meat pode repetir no Brasil o que fez no Canadá e está implantando na Europa, com a instalação de fábricas para produção local dos alimentos.

Nossa ideia é ganhar escala rapidamente por meio de distribuidores consolidados. Conforme o mercado crescer no Brasil, podemos considerar a produção local

Will Schafer, diretor de marketing da Beyond Meat

 

Para o diretor do The Good Food Institute no Brasil, Gustavo Guadagnini, a chegada ao Brasil de empresas focada em proteína vegetal é uma oportunidade para o agricultor. “Se hoje a Beyond Meat viesse procurar ingredientes locais, não necessariamente conseguiria. Logo, é a hora exata para o produtor entender que mercado de proteínas alternativas vai crescer e começar a se adaptar para fornecer a essa indústria”, salienta.

(Foto: Beyond Meat/Divulgação)

 

Questionado sobre o risco de o agricultor investir no ramo, já que hoje não há garantia de venda, Guadagnini vê nas cooperativas e no aproveitamento da mesma rede logística para o escoamento de produtos de origem animal os pilares para construir um segmento atrativo e lucrativo para o campo. “Outro foco seria as empresas de ingredientes, que demandam soja, ervilha, grão de bico e outras matérias-primas”, ressalta.

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Preços salgados

Nesta chegada ao país, a Beyond Meat vende quatro produtos na rede de supermercados St Marche, em São Paulo: hambúrguer, carne moída e dois tipos de linguiça. Apesar da novidade, os preços são cerca de quatro a cinco vezes mais caros do que produtos semelhantes oferecidos por outras marcas.

“Não é nossa intenção focar nos consumidores de poder aquisitivo mais alto, mas democratizar o acesso. Por isso, estamos nos esforçando para aumentar a escala dos produtos. Quanto maior ela for, mais baixos serão os preços. Um de nossos propósitos é, até 2024, ter um de nossos produtos em categoria importante com preço parecido ao da carne vermelha. Tudo vai depender do nosso crescimento”, destaca Schafer.

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(Foto: Beyond Meat/Divulgação)

 

O executivo apontou o Brasil como um mercado promissor, mas não deu detalhes sobre a expectativa de vendas da empresa. Por outro lado, disse confiar nos diferenciais da Beyond Meat para agradar os consumidores, citando a equipe de 100 cientistas por trás da produção dos alimentos e o fato de não usar transgênicos.

“A maioria do público que busca os produtos plant based são flexitarianos, ou seja, quem reduziu ou quer reduzir o consumo de proteína animal e busca uma opção com sabor e aparência de carne. Só na categoria de hambúrguer vegetal, a Beyond Meat já responde por 20% das vendas e, na linguiça, chega a 23%. Isso já mostra a força que ela vai ter”, analisa Tito Paolone, head de desenvolvimento de produto da St Marche.

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Mercado em expansão

Em crescimento nos Estados Unidos e na Europa, o mercado de proteínas alternativas também tem fisgado o interesse dos consumidores brasileiros. Segundo Guadagnini, do The Good Food Institute, a venda de hambúrgueres vegetais já responde por 30% da venda de congelados em algumas redes no varejo.

“O brasileiro demonstrou um apetite gigantesco para essa categoria. E são produtos que não têm uso intensivo de antibióticos e remédios nem colaboram para a formação de doenças que podem atacar humanos, o que vem sendo muito valorizado pelo consumidor”, pondera.

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Guadagnini ainda cita que, segundo estudo de consultorias parceiras do The Good Food Institute, a projeção é que o consumo de proteínas alternativas se equipare ao de proteínas animais no mundo entre 2035 e 2040, trazendo uma perspectiva promissora para o segmento. “A estimativa é de que, em 2040, as proteínas alternativas representem 60% do mercado e as tradicionais, 40%”, observa.
Source: Rural

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