Skip to main content

(Foto: Mariana Grilli/Ed Globo)

 

Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que os focos de queimada no Pantanal cresceram 206% no primeiro semestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado.

É o maior registro desde 1998/1999, quando esses dados vêm sendo contabilizados

Vinícius Silgueiro, coordenador de Inteligência Territorial do ICV

O bioma tem sido atingido pelo alastramento de fogo devido ao período atípico de seca. Conforme explicação de Vinícius Silgueiro, engenheiro florestal e coordenador de Inteligência Territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), os meses chuvosos de janeiro, fevereiro e março registraram redução de chuvas em torno de 50% em relação à média histórica.

saiba mais

Focos de queimadas aumentam quase 34% no Mato Grosso

Bolsonaro atribui queimadas na Amazônia a indígenas, caboclos e ribeirinhos

 

“Totalmente atípico esse primeiro semestre no Pantanal. Olhando para todo o bioma, considerando a inserção tanto no Mato Grosso quanto Mato Grosso do Sul, já são mais de 200% de aumento. É o maior registro desde 1998/1999, quando esses dados vêm sendo contabilizados”, afirma.

Apesar da seca, outra causa que Silgueiro atribui ao aumento das queimadas são práticas relacionadas à agropecuária, como o uso do fogo para renovação de pastagens e limpeza de áreas após o desmatamento. “Pode, sim, ter essa relação, especialmente nesse cenário em que os órgãos de fiscalização estão totalmente enfraquecidos”, afirma.

O coordenador do ICV ainda destaca que o Pantanal é maior planície alagável continental do mundo, ficando comprometida com o impacto das queimadas. No primeiro semestre de 2020, foram 67.390 focos identificados, sendo 70,3% no Mato Grosso do Sul, ainda de acordo com o sistema do Inpe, considerando todos os satélites de monitoramento. 

saiba mais

Focos de queimada na Mata Atlântica ultrapassam 4 mil e põe araucárias em risco

 

Já o Mato Grosso concentrou 20.007 focos neste ano, o que resultou em uma ação conjunta de combate ao fogo entre o Corpo de Bombeiros do Estado, a Secretaria de Meio Ambiente e o Exército, segundo divulgaram os bombeiros na última sexta-feira (24/7).

Na segunda-feira (27/7), incêndios florestais de grande proporção foram registrados nos município de Cáceres e Sorriso. Conforme lembra Vinícius Silgueiro, Mato Grosso também está inserido na Amazônia Legal, cujas queimadas para fins agrícolas estão proibidas por 120 dias por decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.

saiba mais

Mourão admite aumento do desmatamento e queimadas no Brasil e diz que "negacionismo não leva a nada"

 
Source: Rural

Leave a Reply