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(Foto: Arquivo/Agência Brasil)

 

O Brasil deve reconhecer que há um problema em relação ao desmatamento e combater firmemente ações ilegais na Amazônia, afirmaram representantes do agronegócio brasileiro em live transmitida pela Globo Rural nesta terça-feira (28/7), Dia do Agricultor. 

Participam do debate mediado pelo editor-chefe Cassiano Ribeiro a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teka Vendramini; a pecuarista e produtora rural de Goiás, Sônia Bonato; e o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues.

Para o ex-ministro da Agricultura, o problema ambiental prejudica a imagem do Brasil no exterior. "O problema está na ilegalidade. Há desmatamento na Amazônia? Há. Porque a ilegalidade aumentou. Nós temos que mostrar a verdade, reconhecer que existe o problema e combater a ilegalidade. Da mesma forma que a gente é contra o desmatamento ilegal, é contra a invasão de terra, é contra contrato não cumprido", afirmou Roberto Rodrigues.

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A presidente SRB, Teka Vendramini, afirmou que a entidade criou um Comitê da Amazônia para fazer um monitoramento da situação. Ela concorda que ações ilegais na Amazônia prejudicam a imagem do agronegócio brasileiro. "Tudo que é ilegal é ilegal. Eu não represento nada de ilegalidade. Eu represento o produtor que trabalha corretamente e não vive nessa ilegalidade", declarou.

Na avaliação de Rodrigues, o produtor rural é o maior interessado em preservar o meio ambiente, já que precisa dos recursos naturais para manter a produção. "Em termos de sustentabilidade, quem se preocupa com a preservação de recursos naturais nas suas terras? O produtor rural. Ele precisa daquele patrimônio para sobreviver e permitir que as gerações futuras continuem trabalhando", disse.

Teka Vendramini afirmou que há um interesse em prejudicar a imagem do Brasil por parte de outros países. "Essa competitividade aí de fora, desmerecendo esses produtores. Mas, eu acredito que, fazendo o nosso papel, a gente tentar caminhar contra isso. Será difícil porque, terminando a crise do coronavírus, seremos muito mais cobrados", avaliou.

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O ex-ministro entende que há uma tendência do que chamou de "neoprotecionismo", onde "países estão começando a impedir a exportação de excedentes", e, outro lado, diferentes nações "acabam criando mecanismos de proteção aos seus produtores, inibindo a importação de produtos competitivos no caso do Brasil de outros países de clima tropical."

Para Rodrigues, o aumento da produção na agricultura brasileira com o crescimento menor da área plantada demonstra isso. "Do Plano Collor para cá, a área plantada com grãos cresceu 74% e a produção de grãos, 345%. Ou seja, a produção de grãos aumentou quase 5 vezes mais do que a área plantada. O que é isso? Tecnologia", pontuou.

"Esses números são impressionantes. Mas o que tem por trás é ainda mais. O Brasil planta 66 milhões de hectares. No Plano Collor, nós precisaríamos de mais 99 milhões de hectares para colher a safra recorde deste ano (estimada em cerca 250 milhões de toneladas). Isso mostra uma agricultura sustentável mesmo, não é promessa, sonho ou imaginação", completou o ex-ministro da Agricultura.

Educação

Questionada sobre o que gostaria de mudar na rotina ou estrutura do campo, a pecuarista e produtora rural de Goiás, Sônia Bonato, disse que é necessário um investimento maior em educação, para esclarecer a população sobre a produção de alimentos. "Eu acho que nós já mudamos bastante, estamos em desenvolvimento, mas é um movimento mais lento. No entanto, é interessante a gente levar essa educação para as escolas e a criança aprender na escola a forma correta sobre como é produzido o alimento", afirmou.

Assista à live na íntegra

Source: Rural

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