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(Foto: Emiliano Capozoli/Ed.Globo)

 

Impactada desde as queimadas na Amazônia em 2019, a imagem do Brasil no mercado internacional piorou no último trimestre. Estudo feito pela consultoria de imagem Curados & Associados junto a sete veículos de imprensa internacional constatou que a Covid-19 foi tema de 68% do noticiário negativo sobre o país no período.

No total, foram publicados 370 registros sobre o Brasil entre abril e junho deste ano, das quais 96% foram negativos. “A imagem do país reflete valores que contrariam os mais básicos princípios de respeito às pessoas e ao ecossistema. As ações que definem a gestão são erráticas, e a comunicação revela um modelo de relacionamento conflituoso e não confiável”, explica Olga Curado, sócia-fundadora da empresa responsável pela pesquisa.

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Segundo ela “as tentativas de mudar a percepção da comunidade internacional, dos governos, de investidores e de movimentos sociais são inócuas sem ações objetivas que revelem compromissos com valores aceitáveis”.

O relatório elaborado pela consultoria destaca a repercussão da reação do presidente Jair Bolsonaro ao ser questionado sobre a marca de 5 mil mortos no país e responder “E daí? Quer que eu faça o quê?”.

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De acordo com o levantamento, o episódio sintetizou a deterioração da imagem do Brasil no exterior ao denotar falta de soluções para a pandemia, além de “falta de ética e irresponsabilidade” por parte do governo.

“O que resume tudo é uma crise ética e desrespeito a valores minimamente aceitos pela sociedade. E a repetição disso tem formado uma reputação negativa difícil de ser revertida”, destaca Emerson Couto, consultor de imagem e reputação da Curado & Associados.

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Couto observa que a imagem do Brasil tem piorado desde o episódio das queimadas na Amazônia, quando a empresa iniciou o levantamento trimestral da reputação de mídia do país no mercado internacional.

“O problema do Brasil é que não existe uma mudança de percepção muito grande, mas piora na forma como ele é visto desde as queimadas, no ano passado, sendo apontado como um país irresponsável e com uma crise ética grave na gestão política na Amazônia e na saúde”, afirma, destacando o papel da imprensa como “indicador de tendências e formação de imagem”.

Com isso, a consultoria identificou pela primeira vez riscos reais de perdas financeiras geradas pela crise de imagem do país na comunidade internacional e cita carta assinada pelos gestores de 230 fundos de investimentos sinalizando preocupação com o avanço do desmatamento na Amazônia. “É a péssima imagem destruindo relações e patrimônio do povo brasileiro”, conclui Olga.
Source: Rural

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