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(Foto: Globo Rural)

 

Entidades de direitos humanos e ambientais da União Europeia sinalizaram à Comissão Europeia descontentamento sobre o acordo comercial entre o bloco e o Mercosul, alegando a má gestão de pautas de meio ambiente e direitos humanos por parte do governo de Jair Bolsonaro. De acordo com a coluna de Jamil Chade, no portal UOL, o acordo não considerou uma avaliação ambiental completa, o que poderia implicar em riscos para a sustentabilidade dos negócios.

Conforme já mostrou Globo Rural, as queimadas na Amazônia têm sido um fator para colocar o acordo em risco. Apesar da preocupação por parte dos europeus, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) acredita que a insatisfação com o tratado diga mais respeito ao receio de concorrência do que a preocupações ambientais.

Não estamos falando de acordo bilateral, e sim multilateralidade

Eduardo Daher, diretor-executivo da Abag

 

 

 

 

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“Não é uma verdade inexorável que vá cancelar [o acordo], pois não estamos falando de acordo bilateral, e sim multilateralidade, que foi tangenciado pelo acordo entre Estados Unidos e China, em que a Europa viu a necessidade de encontrar outros acordos”, pontua o diretor-executivo da Abag, Eduardo Daher.

Ele defende que a União Europeia precisa aceitar os players do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, fortes exportadores de produtos agrícolas, e que apresentariam concorrência a produtores europeus. Além disso, o momento delicado da pandemia do novo coronavírus também agrava a demora para concretizar o acordo, que já foi assinado em meados de 2019, mas que ainda depende do processo de ratificação.

“Quando se fala de um acordo desse, em que o Brasil com duas safras é um dos principais atores, é claro que a Europa se sente parcialmente ameaçada. Não estamos falando do melão que vai para a Espanha, mas sobretudo açúcar, café, complexo soja, frango, suíno, bovino. Isso evidentemente incomoda uma economia que tem o agro muito mais restritivo que o nosso e que tem dificuldades de competir conosco”, ressalta Daher.

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Tanto a ameaça à agropecuária europeia quanto a crise do coronavírus devem, na visão de Daher, prolongar o prazo para ratificar o acordo. “Mas vai acabar acontecendo e com preços competitivos”, projeta.

Quem corrobora com a opinião é o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto.

Tudo isso que está acontecendo é parte do receio europeu em relação à competitividade do agronegócio brasileiro

Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR

A Frente Parlamentar da Agropecuária comentou que, até o momento, não há nenhuma perspectiva de ameaça ao setor. De acordo com a assessoria de imprensa, “as exportações estão positivas, até mais que o esperado”.

Procuradas, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) não quiseram comentar o assunto.

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Source: Rural

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