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Unidade da Yara no Brasil. Empresa anunciou reestruturação de suas operações regionais (Foto: Divulgação/Yara)

 

Em um redesenho das operações regionais, a Yara Brasil anunciou, na tarde desta segunda-feira (6/6), que Lair Hanzen deixa o posto de presidente no país para assumir a liderança da empresa na região das Américas, estrutura que abrange o Brasil, América Latina e América do Norte. O substituto de Hanzen será o norueguês Olaf Hektoen, que conduz a área de Estratégia e projetos de inovação da empresa no Brasil.

Em coletiva de imprensa, Hanzen afirmou que continua no conselho de administração da Yara Brasil e explicou que o objetivo do novo desenho é incentivar o crescimento dos mercados locais. “Nós entendemos que essa reorganização vai simplificar as tomadas de decisões, fomentar e empoderar os mercados locais e certamente apresentar oportunidades interessantes também para o Brasil e as demais regiões, para a gente trabalhar de uma forma mais integralizada e maximizando valor para todos os envolvidos”, disse.

Segundo o executivo, as três novas divisões das Américas representam cerca de 45% a 50% do faturamento global da companhia, de US$ 12,8 bilhões no ano passado. Por representar 60% das receitas em toda a América, com US$ 3,6 bilhões em 2019, o Brasil é considerado uma região a parte no novo escopo da companhia. Segundo Hanzen, esse modelo de negócios vinha sendo discutido há algum tempo e se encontrava em estágio maduro antes da pandemia do coronavírus.

Investimentos

Em um balanço sobre a sua gestão à frente da Yara Brasil, Hanzen pontuou os investimentos na aquisição de novas indústrias e a expansão da capacidade de produção da companhia no país. Foram US$ 3 bilhões desde 2012 – cerca de R$ 15 bilhões no câmbio atual.

Entram nessa conta a aquisição da unidade de produção de nitrogênio da Vale em Cubatão (SP), a unidade de fertilizantes da Bunge, além das indústrias em Porto Alegre (RS) e Sumaré (SP) para a mistura e entrega de fertilizantes, entre outros. Isso contribuiu para colocar a companhia como a principal no segmento de fertilizantes no país, com 25% do mercado.

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Outros dois importantes projetos estão em andamento. Em Rio Grande (RS), a empresa fez um aporte total de R$ 2 bilhões para a ampliação e modernização do complexo de produção de fertilizantes. A previsão de entrega é para o final deste ano.

Em Salitre (MG), o investimento será ainda maior, de R$ 5 bilhões para um projeto integrado de mineração e beneficiamento de fertilizantes fosfatados, além de uma planta química para fertilizantes granulados. A unidade deve ser entregue entre um ano e meio a dois anos.

Impacto da pandemia

Questionado sobre o cenário para o agronegócio e de fertilizantes com a pandemia do coronavírus, Lair Hanzen afirmou que o segmento mantém boas perspectivas mesmo em meio à doença – o que impacta diretamente o setor. “Do ponto de vista do fluxo e operações, o agronegócio foi declarado essencial por ser da cadeia de alimentos, e o fertilizante é fundamental porque a planta só produz 50% da sua capacidade sem os fertilizantes”, disse.

As exceções são os setores sucroenergético, por conta da demanda reduzida por etanol e preços externos historicamente baixos no internacional de petróleo, e de algodão, com a queda nas vendas de vestuário por conta das medidas de isolamento social.

Ele reconheceu que o patamar elevado do dólar tem impacto nas operações do campo, mas que analisa que o agricultor é recompensado com a venda do produto final para o mercado externo. “Quando o dólar sobe muito, obviamente sobe o preço do fertilizante. Mas obviamente sobe a receita e o produtor se beneficia disso”, pontuou.

Segundo ele, produtores que tiveram quebra por conta de estiagem na safra 2019/2020, como no Rio Grande do Sul, devem voltar a investir em tecnologia para recuperar o prejuízo. “A gente vem de uma safra recorde e o Brasil está se preparando para mais uma safra recorde. A única pergunta talvez ainda não respondida, é que acomodação essa safra vai ter e quais são as sistemáticas que o Covid-19 vai trazer no consumo desta safra”, destacou.
Source: Rural

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