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Esterco de elefante tem sido usado para a produção de papel em países como o Sri Lanka (Foto: Reprodução/Eco Maximus)

 

Uma maneira de fabricar papel sem derrubar uma árvore e ainda contribuir com a preservação ambiental tem sido utilizada há anos em diversos países. A matéria-prima alternativa para isso, eles têm de sobra: esterco de elefante. Comunidades em Sri Lanka, Quênia, Uganda possuem fábricas que utilizam as fezes dos elefantes – com alto teor de fibras – como uma alternativa de renda que ajuda a preservar os mamíferos gigantes.

Elefantes são animais herbívoros que consomem uma dieta altamente rica em fibras. Mas, com um sistema digestivo um tanto ineficiente, eles não conseguem digerí-las ou quebrá-las completamente. Assim, ao defecarem, uma granda quantidade dessas fibras fica intacta, servido como base para a produção do papel.

Um elefante consome cerca de 250 quilos de comida e produz, em média, 50 quilos de fezes por dia. Esse volume é suficiente para originar 125 folhas de papel (tamanho carta). Com isso, muitas comunidades rurais em alguns países que convivem com a presença constante desses animais têm potencial para a produção do papel sustentável.

Processamento

Depois de secar os excrementos ao sol, eles são postos para ferver por algumas horas até atingir uma temperatura de 130 graus, com a qual é possível esterilizar matando todas as bactérias e amolecer as fibras, tornando-as mais flexíveis como uma textura semelhante à de uma pasta. Em seguida, a massa obtida é misturada com o papel reciclado e, se for o caso, é adicionado o corante natural.

Uma vez obtida a massa, as folhas podem ser fabricadas. A mistura é vertida em uma pia grande cheia de água, onde há uma moldura com uma grade submersa e a massa é espalhada uniformemente por toda a superfície da tela emoldurada. A tela é levantada do recipiente com uma fina camada da mistura, um pano é colocado para que as folhas não grudem e são empilhadas até serem passadas por uma prensa para drenar a água. Então eles são deixados para secar na sombra.

Sustentabilidade e renda

 

Depois de processadas, as fezes dos elefantes, ricas em fibras, são transformadas em papel (Foto: Reprodução/Eco Maximus)

 

 

No Sri Lanka, há 23 anos, a família Ranasihnghe, que por três gerações comercializou papel, teve a ideia de produzir com esterco de elefante. A Eco Maximus foi uma das primeiras produtoras a usar a matéria-prima e a primeira no Sri Lanka. Em seu site oficial, a empresa informa que pertence à Organização Internacional de Fair Trade (Comércio Justo) e que já ganhou prêmio relacionados à produção sustentável.

A matéria-prima para a produção do papel vem dos elefantes mantidos pela Millenium Elephant Foudation. O esterco é trazido pelos centros de resgate próximos da fábrica. Além de criar um produto com apelo ecológico, a iniciativa ajudou a mudar a percepção sobre a presença dos elefantes nas áreas rurais.

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O Japão foi o primeiro comprador, mas hoje o principal cliente são os Estado Unidos, para onde enviam mensalmente três contêineres com cerca de 30 mil produtos. Segundo Sanjara Kumara, supervisor da seção de embalagens, em entrevista ao jornal espanhol El País, a Europa tem comprado cada vez mais.

Em Uganda, na África, a produção de papel à base de esterco de elefante é uma das iniciativas do Kataara Women’s Poverty Alleviation Group, formado em 2005 por mulheres, com a missão de reduzir a pobreza local e promover a preservação ambiental. Com a iniciativa, a entidade visa alertar para a importância de se garantir a sobrevivência dos elefantes, muitas vezes alvos de caça para a obtenção de carne e de marfim. Com o papel são feitos produtos como cartões e porta-retratos, vendidos para turistas.

*com informações de agências internacionais
Source: Rural

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