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(Foto: Thinkstock)

 

 

Com as mudanças nos hábitos de consumo após o agravamento de pandemia provocada pelo coronavírus, os produtos lácteos ganharam espaço dentro dos lares brasileiros. É o que apontou uma pesquisa do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite que ouviu mais de 5 mil pessoas entre 23 de abril e 3 de maio.

“Houve uma mudança nas pessoas que estão realizando as compras com relação aos produtos. Alguns produtos começaram a ser mais consumidos neste período, seja porque as pessoas estão ficando dentro de casa, seja por causa do estresse provocado pela quarentena”, explica a pesquisadora da Embrapa Kennya Siqueira.

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O principal crescimento do consumo ocorreu entre os queijos, com 17% dos domicílios informando aumento, seguido de manteiga (16%), leite condensado (14%) e creme de leite (13%). No caso do leite longa-vida (UHT), 11% dos lares afirmaram ter elevado o consumo. “No geral, o consumo domiciliar está se mantendo”, avalia a pesquisadora da Embrapa.

Perfil do consumidor

 

Realizada pelas redes sociais, a pesquisa apresentou uma concentração de consumidores entre as classes A, B e C. Entre os participantes, só 4,8% declararam renda domiciliar de até um salário mínimo e 60,6% renda acima de seis salários mínimos.

Com isso, o principal fator apontado para decisão de compra de derivados lácteos foi a marca, seguido do preço e da qualidade. Para o leite o UHT, 38% dos entrevistados apontaram a marca como o mais importante na hora da compra e 33% indicaram o preço.

A queda da renda é um fator determinante para o consumo, e a gente vai ter produtos que vão ser mais afetados do que outros

Kennya Siqueira, pesquisadora da Embrapa

Entre os produtos que apresentaram queda no consumo, o sorvete foi o principal afetado pela crise provocada pelo coronavírus, com 14% dos lares apontando redução nas compras, seguido do petit suisse (-13%). “Com essa crise se prolongando, mais produtos podem ser afetados”, conclui Kennya.

Benefícios pouco evidentes

 

 

Um dos resultados que mais surpreendeu a pesquisadora da Embrapa foi o baixo índice de respostas ressaltando os benefícios nutricionais do leite no momento da compra. “A gente esperava que os benefícios nutricionais fossem ser ressaltados pelos consumidores. Mas pelo contrário, observamos que eles buscam marca”, destaca Kennya.

Segundo ela, dois fatores podem levar a esse comportamento: “ou os consumidores não estão preocupados com isso ou existe um desconhecimento sobre os benefícios dos lácteos à saúde”.

Com isso, a Embrapa aconselha o setor a usar incluir as qualidades nutricionais do leite em suas estratégias de marketing, sobretudo durante a pandemia. “Essa situação indica que o setor deveria investir mais em marketing institucional para divulgar os benefícios dos seus produtos e conscientizar os consumidores”, conclui o estudo.
Source: Rural

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