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(Foto: Ernesto de Souza/Ed. globo)

 

Com o varejo parado e a redução da produção de muitas indústrias, além da paralisação de algumas atividades ligadas ao setor algodoeiro, houve redução na demanda doméstica por algodão em pluma. A avaliação é de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório divulgado nesta terça-feira (14/4).

Em razão de um menor faturamento, a negociação de títulos e a prorrogação para os demais elos da indústria têxtil por parte da indústria e das confecções já é uma realidade. Por sua vez, vendedores da pluma passaram a solicitar o pagamento de novos lotes no momento do embarque, antes do trânsito da carga.

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A situação, porém, se complica para os compradores com dificuldade de caixa: no cenário atual, os preços internos do produto estão enfraquecidos durante o mês de abril, de acordo com levantamento do Cepea.

Custos operacionais elevados

A atual conjuntura da pandemia de coronavírus vem elevando os custos operacionais da plantação de algodão. Os fertilizantes e defensivos químicos necessitam de importação, portanto, possuem ligação direta com a cotação do dólar.

Dados do Cepea mostram que os custos operacionais atuais são os maiores já registrados em termos nominais para os principais Estados produtores (Mato Grosso e Bahia). Assim, com custos em alta e receita em queda, as relações de troca de insumos por produtos na cultura do algodão estão piorando.

Mercado externo

Ao contrário do mercado interno, a logística nos embarques externos está normal, segundo colaboradores do centro de pesquisas, com envio do produto direto aos navios ou aos armazéns próximos ao porto.

Contudo, alguns clientes da China, do Paquistão, do Vietnã, da Turquia, de Bangladesh – países que estão entre os principais consumidores mundiais – pediram para adiar as entregas nos últimos dias.

De acordo com o Cepea, o Brasil é um país que necessita exportar pluma, uma vez que a produção equivale a quatro anos de consumo interno. Com isso, é necessário exportar entre 70% e 75% da oferta anual. Para se ter uma base, o Brasil exportou 1,6 milhão de toneladas em 2019 e, entre abril/19 e março/20, embarcou 1,91 milhão de toneladas, um recorde para 12 meses.

(Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

 

Oferta

Da safra 2018/19, colhida em 2019, cerca de 2/3 foram negociados até o momento. Em poucos meses, uma nova temporada deve começar a chegar ao mercado, em que pouco mais de 1/3 já foi comercializado.

Logo, de acordo com o Cepea, pode-se dizer que o mercado ainda está com boa oferta e que as quedas de preços internacionais poderão ter impactos negativos sobre a receita dos produtores e dos vendedores. Por enquanto, a alta do dólar mantém atrativa a exportação em detrimento do mercado interno.

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Apesar disso, a liquidez dos negócios para exportação vem diminuindo, devido às incertezas sobre a economia mundial e aos preços internacionais em queda, pressionados pela maior oferta e por maiores estoques mundiais. 
Source: Rural

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