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Transportar hortufrutis tem ficado mais caro por causa da menor oferta de frete (Foto: Wendy Schotsmans/CCommons)

 

A menor circulação de mercadorias pelas estradas do país, após a intensificação das medidas de isolamento social e combate ao novo coronavírus, tem dificultado o escoamento da produção de hortifrutis pelo país. A redução de caminhões saindo de São Paulo, Estado cujo porto concentra um terço das exportações do país, elevou o custo do frete para o Norte, Nordeste e Sul do Brasil em até 20%.

“Essa composição e interligação de cadeias de abastecimento está começando a aparecer e a trazer algumas consequências para a oferta que não são, necessariamente, por conta de safra ou clima”, explica Giampaolo Buso, presidente da Produce Marketing Association (PMA) no Brasil. A associação conta com  2.900 empresas do setor de frutas, flores, legumes e verduras em várias partes do mundo, 93 no Brasil.

 

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O produtor de verduras e legumes orgânicos Alex Lee, proprietário da Rio Bonito, afirma que as dificuldades com o frete ainda não são preocupantes, mas confirma a falta de caminhões saindo do Sudeste para as demais regiões do país. “Ainda existem alguns produtores que estão com dificuldade para carregar. Em algumas cidades menores do Nordeste, os caminhões são obrigados a parar a quilômetros de distância do município para evitar reclamação por parte dos moradores”, conta Lee.

O agricultor lembra que, desde o início da crise com o coronavírus, o setor tem enfrentado ameaças na logística, como o fechamento de alguns municípios e ameaça de greve de caminhoneiros. “Neste momento, a situação está muito mais tranquila do que há duas ou
três semanas atrás”, explica o produtor. Segundo ele, “apesar da menor disponibilidade de caminhões, o próprio consumo deu uma diminuída nos últimos dias, o que também exige um volume menor de circulação de mercadorias”.

Com a demanda mais fraca, Lee acredita que os custos mais altos de frete serão absorvidos pelo produtor até a normalização do mercado. “Eu tenho enxergado que os produtores e distribuidores têm absorvido esta alta e não estão repassado para a conta do consumidor.
Até mesmo porque eles não conseguem repassar, o varejo segura”, explica.
Source: Rural

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