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Da esquerda para a direita, David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo; José Henrique Germann, secretário estadual de Saúde; João Doria, governador de São Paulo; Patrícia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico; e Célia Parnes, secretária estadual de Desenvolvimento Social (Foto: Gov. de SP)

 

O Governo de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (7/4), um programa de distribuição de alimentos para famílias de baixa renda durante a pandemia de coronavírus. Chamada de Alimento Solidário, a iniciativa prevê a entrega de um milhão de cestas nos 645 municípios do Estado. O valor total, estimado em mais de R$ 100 milhões, será bancado pelo setor privado, afirmou o governador João Doria, na coletiva diária para atualizar a situação da pandemia, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

“É uma contribuição de dirigentes de empresas brasileiras e multinacionais, solidários com quem mais precisa neste momento”, disse Doria.

De acordo com a administração estadual, o programa foi articulado pela Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, com apoio do Fundo Social de Solidariedade e a InvestSP. A cesta de alimentos foi elaborada em parceria com nutricionistas do Hospital Israelita Albert Einstein e tem capacidade para alimentar uma família de quatro pessoas por um mês. Contém produtos como grãos, leite em pó, biscoitos, carnes, massas entre outros itens.

A distribuição começa no dia 17 de abril, com a expectativa de atender cerca de 4 milhões de pessoas. Será feita primeiro na capital paulista e região metropolitana de São Paulo, sendo estendida para o interior e o litoral. Os beneficiários serão selecionados através do Cadastro Único federal para programas sociais. Segundo Doria, a execução terá o acompanhamento de uma auditoria que tem prestado serviço sem custos para o Estado.

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Ao detalhar o programa, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Célia Parnes, afirmou que 9% da população do Estado de São Paulo vivem em situação de extrema pobreza. E explicou que serão beneficiadas famílias com renda de até R$ 89 reais per capita. Centros de assistência social serão utilizados como pontos de apoio para a distribuição, o que, de acordo com a secretária, garantirá a capilaridade e uma entrega mais precisa.

“Estamos dando uma resposta a essa desaceleração momentânea causada pelo coronavírus. Um resposta rápida, incisiva e de muita potência. Mais uma frente da nossa política pública de segurança alimentar”, disse.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, destacou que a crise trazida pelo coronavírus aumentou o número de pessoas que precisam de ajuda, tanto financeira quanto através de alimentos. De acordo com ela, a política adotada pelo governo paulista é semelhante à de outros países que também vivem os efeitos negativos da pandemia.

“A principal política econômica tem sido medidas de proteção social. Repasses financeiros e de alimentos diretamente para a população que mais precisa. Isso não somos nós. É o mundo inteiro tendo que fazer isso pelo momento que estamos vivendo”, disse ela.

Durante a coletiva, o governador João Doria reforçou o apelo para que trabalhadores não sejam demitidos neste momento de crise. Ele disse reconhecer que é uma fase difícil para quem dirige e controla as empresas, mas é bem mais difícil para quem depende do salário. Para o governador, manter os empregados agora terá resultado positivo após a pandemia.

Hospital de Campanha

O governo paulista anunciou ainda a construção de um hospital de campanha, no Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, em São Paulo. O complexo será inaugurado no dia 1º de maio e, segundo a administração estadual, terá 240 leitos de baixa complexidade, 28 leitos de estabilização, salas de descompressão, consultórios médicos e tomografia. Terá 7,5 mil metros quadrados e será administrado por uma organização social que já é responsável por outras unidades de saúde no Estado.

O investimento para a construção e depois para a desmobilização do local é calculado em R$ 12 milhões. Com essa nova estrutura, a capital paulista passará a contar com três hospitais de campanha para pacientes com o novo coronavírus. Os outros dois são da Prefeitura de São Paulo: um no estádio do Pacaembu, já aberto, e outro no Parque Anhembi, que ainda não começou o atendimento.

“O hospital é novo avanço porque atende a pacientes de média complexidade. São pacientes que precisam de internação, mas não naquele momento em hospitais de média e alta complexidade. E tem como sustentar a vida de paciente que tenham agravo durante a internação”, explicou o médico David Uip, infectologista que coordena o centro de contingência do coronavírus no Estado.

 

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Questionadas sobre se os leitos em hospitais de campanha serão suficientes, as autoridades paulistas reforçaram a defesa do isolamento social. David Uip disse que é preciso aumentar a adesão para evitar o contágio pelo Covid-19. Segundo ele, 80% dos pacientes são assintomáticos e 20% de gravidade variada, com uma pequena parte necessitada de atendimento intensivo.

“Se nós conseguirmos aumentar o distanciamento social para 70%, o numero de leitos disponíveis no Estado de São Paulo será suficiente para atender a essa primeira onda epidêmica. Se não aderirmos a esta proposta, teremos maiores dificuldades”, disse.

O governador de São Paulo defendeu o reforço das campanhas de conscientização sobre o isolamento. E voltou a criticar o governo federal. “Não vejo razão para que Estados brasileiros estejam fazendo e o governo federal não. E essa comunicação não é de responsabilidade do Ministério da Saúde, mas da Secretaria de Comunicação da Presidência da República”, disse Doria.

Segundo os dados atualizados pela Secretaria Estadual da Saúde, o Estado de São Paulo contabiliza 5.862 casos confirmados de contaminação pelo coronavírus nesta terça-feira (7/4), com 20% dos municípios do Estado com pelo menos um caso. O número de mortes chegou a 371, 67 a mais que na terça-feira (6/4).
Source: Rural

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