Gustavo Junqueira, secretário da Agricultura de São Paulo: "Monitoramento apontará as questões que devemos acompanhar mais de perto" (Foto: Rogério Albuquerque/Ed. Globo)
O Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Gustavo Junqueira, afirmou nesta terça-feira (7/4), que a pasta estuda viabilizar algumas linhas de crédito especiais para agricultores que atuam nos setores mais prejudicados pela pandemia de coronavírus no Estado. Segundo ele, as cadeias produtivas de legumes, frutas, verduras e flores e plantas ornamentais são os segmentos mais atingidos até agora.
Um levantamento realizado pela pasta comandada por Junqueira foi divulgado na última segunda-feira (06/4) e mostra os impactos econômicos na cadeia agropecuária em São Paulo. Os dados são referentes a todas as cidades do Estado, da produção à comercialização e, de acordo com o secretário, o monitoramento deve centralizar as informações para organizar planos de ações diretas e apoio aos produtores.
“O monitoramento apontará as questões que devemos acompanhar mais de perto e balizar as próximas decisões estratégicas para garantir a produção, distribuição e os principais gargalos”, declarou Junqueira. “Estamos analisando linhas de crédito emergenciais para as cadeias mais afetadas”. Através do InvestSP, a pasta já oferece algumas linhas de financiamento para os produtores paulistas, como o Crédito Agro.
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O monitoramento apontou que até agora, os setores de hortaliças e frutas foram os mais afetados devido ao fechamento de bares e restaurantes e a redução no número de feiras livres. “A fruticultura ainda sofre com as suspensões das exportações aéreas e as vendas caíram 75% nos últimos 15 dias”, apontou o secretário.
Segundo ele, as exportações de itens frescos somavam 600 toneladas por semana no Estado de São Paulo. “Uma vez colhida e não vendida a produção, o produtor perde o capital investido e, mesmo que não tenha a comercialização, é preciso colher porque, se ele não fizer isso, os riscos sanitários aumentam”, explicou.
Os setores de flores e plantas ornamentais também estão na lista das cadeias que mais foram prejudicados. As vendas no varejo – em todo o Brasil – já registrou queda de 70% e os prejuízos dos produtores são estimados em R$ 60 milhões.
Os segmentos de carne bovina e de peixes também foram prejudicados devido à redução de 75% no movimento dos supermercados e o fechamento de bares e restaurantes. No entanto, a procura por carne de frango e congelados aumentou. O preço da ave congelada teve uma valorização de 4% e o ovo, 9,4% (caixa do ovo tipo branco extra FOB de granja).
Source: Rural