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Duas novas pesquisas do setor de transportes confirmam o forte impacto dos efeitos da pandemia de coronavírus na logística do Brasil. Um dos estudos, divulgado nesta terça-feira (7/4) pela NTC&Logística, mostra que a redução no volume de cargas nas estragas é de 38,69%
O número é 11 pontos percentuais maior do que o relatório feito na semana passada pelo Departamento de Custos Operacionais (Decope) da entidade. Considerando a carga fracionada, que são aquelas que contêm pequenos volumes, o índice chega a 40,16%.
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Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, todos os esforços estão sendo feitos para poder diminuir os impactos no setor. “Sabemos que é difícil não sermos atingidos por essa crise, mas temos que continuar, dentro das possibilidades, abastecendo o país”, diz.
Prejuízo e pessimismo
Outro levantamento divulgado nesta semana foi da Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa mostra que mais de 90% dos transportadores estão pessimistas em relação ao futuro e avaliam que a pandemia do coronavírus terá impacto negativo em suas empresas.
Das 776 empresas de cargas e de passageiros de todos os modais que foram ouvidas, 85,3% disseram ter percebido redução em sua demanda em março, na comparação com igual mês nos anos anteriores e 70,7% admitiram já estar enfrentando problemas de caixa e dificuldade para pagar funcionários e fornecedores.
(Foto: Arquivo)
O estudo ainda cita que mais da metade das empresas (53,7%) têm recursos para, no máximo, um mês de operação, e 28,2% delas não suportam sequer 30 dias sem apoio financeiro adicional.
Finanças no vermelho
Para 69,6% dos empresários consultados pela CNT, os efeitos da crise serão percebidos por mais de quatro meses. A pesquisa aponta, ainda, que 32,1% das empresas concederam férias coletivas e que 22,2% já demitiram colaboradores em março.
Para 51,9% dos transportadores consultados, a medida mais importante para aliviar o problema de fluxo de caixa durante a crise é a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (incluindo capital de giro) de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa.
É inegável que a crise deixa os transportadores em uma situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia – sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas
Vander Costa, presidente da CNT
Dificuldade na estrada
Outro ponto que chama a atenção no levantamento da CNT é que 84% das transportadoras esperam redução no faturamento nos próximos 30 dias e 82,5%, nos próximos 60 dias. Além disso, mais da metade das empresas (52%) afirmam estar mais difícil de efetuar as entregas em função das restrições de acesso em alguns municípios e de novas regras de controle em estabelecimentos.
As empresas também mencionam a falta de serviços de apoio (restaurantes, lojas de peças de reposição, borracharias, atendimentos de órgãos públicos) como o maior entrave operacional na pandemia.
Source: Rural