O escritório estimou a área plantada em 37 milhões de hectares (Foto: Tadeu Vilani/Ed. Globo)
O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no Brasil reduziu sua estimativa para a produção brasileira de soja em 2019/20, de 123,5 milhões em janeiro para 123 milhões de toneladas. Segundo o adido, a redução foi motivada pela estiagem no Rio Grande do Sul, mas essas perdas serão parcialmente compensado pelo melhor rendimento em outras regiões. O escritório estimou a área plantada em 37 milhões de hectares. A previsão de exportações foi elevada de 75 milhões para 77 milhões de toneladas. O adido destacou que as exportações vêm sendo impulsionadas pelo enfraquecimento do real.
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Para 2020/21, o escritório projetou uma colheita de 129 milhões de toneladas de soja, com base em uma área plantada de 38,5 milhões de hectares e produtividade de 3,35 toneladas por hectare. "A previsão de rendimento supõe que produtores não vão economizar em sementes e outros insumos", diz o adido. As exportações em 2020/21 foram estimadas em 79 milhões de toneladas.
O escritório destacou que o Brasil deve manter sua posição de liderança na produção mundial de soja na atual temporada e na próxima, apesar da turbulência econômica global por causa da pandemia de coronavírus. A demanda global não deve ser afetada duramente pela desaceleração econômica, diz o adido, observando, porém, que a fase um do acordo comercial entre Estados Unidos e China pode ser um obstáculo para o Brasil. Segundo o escritório, pelo menos uma parte das compras chinesas deve ser redirecionada do Brasil para os EUA.
Milho
Para o milho, o adido do USDA no Brasil reduziu sua estimativa para a produção em 2019/2020 em 1 milhão de toneladas, para 100 milhões de toneladas. Segundo o escritório, a redução se deve a rendimentos mais fracos no Rio Grande do Sul após um período prolongado de estiagem. A área plantada foi mantida em 18,1 milhões de hectares. O escritório também manteve sua projeção de exportações em 34 milhões de toneladas.
Já a estimativa de consumo doméstico foi reduzida em 1 milhão de toneladas, para 67 milhões. Essa redução foi baseada em uma série de fatores, disse o adido, como possíveis efeitos da disseminação do coronavírus e a expectativa de menor demanda por etanol de milho.
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Para 2020/21, a expectativa de produção é de 103 milhões de toneladas, com base em uma área de 18,5 milhões de hectares e produtividade de 5,57 toneladas por hectare. O adido projetou as exportações em 2020/21 em 36 milhões de toneladas, refletindo o esperado aumento da produção e a expectativa de que o real continue enfraquecido.
O consumo doméstico deve ser de 69 milhões de toneladas, com uma esperada recuperação do mercado e da demanda por etanol de milho, disse o escritório.O adido observou que a pandemia de coronavírus, por enquanto, teve impacto mínimo sobre a produção de milho no Brasil.
Source: Rural