Projeto envolvendo feijão carioca foi um dos selecionados (Foto: Ricardo Tobaldini / Flickr)
Dois projetos da Embrapa para desenvolver ingredientes para alimentos à base de vegetais foram aprovados pelo programa de incentivo à pesquisa do The Good Food Institute (GFI), organização de especialistas que atua para gerar inovação na indústria de alimentos.
As propostas estão entre as 21 escolhidas em nove países e receberão investimento de US$ 4 milhões (cerca de R$ 20 milhões). Os recursos são provenientes de doações filantrópicas, e os projetos têm de ser concluídos em até 24 meses.
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Juntas, as pesquisas brasileiras receberão R$ 1 milhão. O objetivo do fomento a este tipo de trabalho é promover novas fontes de proteínas, que complementam a oferta global de alimentos oferecendo alternativas semelhantes às de origem animal.
O fomento à pesquisa é um dos principais focos do instituto, que trabalha para acelerar a chegada ao mercado de alimentos à base de vegetais ou de tecidos cultivados que sejam saborosos, com preços competitivos e tenham ampla distribuição.
Feijão carioca
Um dos projetos é da Embrapa Agroindústria de Alimentos, que fica no Rio de Janeiro (RJ), liderado pela pesquisadora Caroline Mellinger, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, de Santo Antônio de Goiás (GO).
O objetivo é otimizar a produção de concentrado e isolado proteico do feijão carioca, contribuindo para acelerar a escala de produção de alimentos à base de vegetais, a partir desse grão amplamente cultivado e consumido no Brasil.
A ideia é viabilizar a adoção desses ativos por empresas brasileiras, aumentando a oferta de ingredientes proteicos vegetais, primeiramente no Brasil e, depois, no mercado internacional.
Outra pesquisa tem como foco resíduos de caju (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
Resíduos do caju
O outro projeto é da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE) e tem como líder a pesquisadora Ana Paula Dionísio. O foco é desenvolver uma tecnologia economicamente viável para transformar os resíduos do caju em alimentos vegetais que se aproximem das características sensoriais de alguns alimentos de origem animal.
A chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Lourdes Cabral, destaca que a equipe tem estruturado a programação de pesquisa visando o aumento da disponibilidade de insumos proteicos oriundos de matéria-prima tanto animal quanto vegetal.
O conhecimento no desenvolvimento de produtos a partir de outras leguminosas como a soja, leva a Embrapa a assumir um protagonismo em um importante tema que só tende a crescer
Lourdes Cabral, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos
Segundo o GFI, estima-se que o mercado global de alimentos à base de vegetais atinja entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035. Lourdes acrescenta que a parceria com o instituto é estratégica, pois a verba para desenvolvver os projetos aprovados será aplicada para gerar e disponibilizar protótipos de ingredientes proteicos vegetais ao setor produtivo.
“Ambos visam desenvolver ingredientes que tenham custo competitivo para auxiliar no ganho de escala da indústria desses produtos, ao mesmo tempo em que aprimoram características sensoriais, como textura e sabor, trazendo valor nutricional adequado", acrescenta a coordenadora do Departamento de Ciência e Tecnologia do GFI no Brasil, Katherine de Matos.
Source: Rural