(Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)
O Rabobank projeta que a produção brasileira de soja em 2019/20 deve ficar próxima de 124 milhões de toneladas. "Confirmando as perspectivas, deve consolidar a maior produção da história", diz a instituição.
"Apesar de problemas climáticos pontuais, especialmente no Rio Grande do Sul e algumas áreas da fronteira agrícolas Matopiba no início do ciclo, em linhas gerais, as lavouras apresentaram bom desenvolvimento no país", cita o banco, no relatório trimestral Agroinfo.
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Conforme o Rabobank, apesar de a entrada da safra brasileira e a menor demanda chinesa, prejudicada pelo surto do coronavírus e seus efeitos econômicos, terem pressionado as cotações da soja no mercado internacional, a valorização do dólar tem dado "sustentação significativa" para os preços da oleaginosa em moeda local.
O Rabobank salienta que, embora o indicador Esalq de soja (FAS Paranaguá) em dólar esteja cerca de 2% abaixo dos valores observados em março do ano passado, o valor em reais, que tem se mantido acima de R$ 90/saca, é 15% maior na mesma base de comparação.
"Impulsionadas pela recente alta das cotações da soja, em reais, as margens operacionais da soja em Mato Grosso na safra 2019/20 devem fechar em 35%, similar a média das últimas cinco safras", afirma o banco.
Coronavírus
Ainda assim, o Rabobank projeta que os impactos do coronavírus no curto prazo tendem a limitar a recuperação da demanda chinesa por soja no primeiro semestre.
"A demanda local por óleo está arrefecida em função de impactos no setor de alimentação ("foodservice"). Além disso, esse surto está postergando o início da recomposição do rebanho suíno chinês após as significativas perdas de animais pela peste suína africana ao longo de 2019", ressalta o banco.
Recuperação
De acordo com o Rabobank, se os casos de coronavírus passarem a recuar significativamente até o início do segundo trimestre, ainda há espaço para recuperação das importações de soja da China, que poderiam alcançar até 87 milhões de toneladas em 2020, ante 82,6 milhões de toneladas em 2019.
O banco destacou ainda que a soja brasileira está mais competitiva que a norte-americana no mercado internacional. "Com a 'fase 1' do Acordo Comercial entre China e EUA, é importante monitorar como as exportações de soja norte-americana seriam impulsionadas nesse cenário e como será a definição de área de soja no planejamento de safra do produtor dos EUA."
Source: Rural