(Foto: Joel Silva/Globo Rural)
O Banco do Brasil traçou uma nova estratégia para amenizar a queda nos negócios e a cautela dos agricultores diante do coronavírus. A partir de abril, a ideia é contatar quem comprou máquinas há mais de oito anos e, em tese, precisam renovar a frota.
“Vamos analisar o cadastro dos nossos produtores rurais e ver há quanto tempo eles adquiriram os equipamentos. Se há uma nova máquina com mais tecnologia e que aumente a produtividade, vamos começar a ofertar crédito. É uma forma de manter esse mercado funcionando”, diz o vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil, João Rabelo.
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Na quarta-feira (19), o Banco do Brasil anunciou R$ 100 bilhões em crédito para movimentar na economia devido ao coronavírus. Do total, R$ 25 bilhões são para o agro: R$ 15 bilhões para financiar a produção agropecuária, R$ 5 bilhões para reforçar as linhas de comercialização, R$ 3 bilhões para capital de giro e R$ 2 bilhões para investimentos.
Uma das preocupações do banco é que, com o adiamento de feiras agrícolas, a demanda por crédito para comprar máquinas caia bruscamente.
Os seis maiores eventos ainda não realizados no ano – Tecnoshow Comigo, Agrishow, AgroBrasília, ExpoLondrina, Bahia FarmShow e ExpoInter – faturaram R$ 12,6 bilhões em 2019. Destes, só Bahia FarmShow e ExpoInter não foram adiadas.
Ainda não temos uma estimativa de quanto os negócios vão cair. Estamos adotando algumas medidas para tentar sustentar esses investimentos
João Rabelo, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil
Outra estratégia do Banco do Brasil é reduzir a burocracia na análise da tomada de crédito. Há dois anos, a instituição vem testando a análise virtual dos pedidos de financiamento. Agora, a ideia é que o produtor faça o pedido à distância e o documento seja enviado da concessionária ao banco virtualmente.
Comercialização e investimento
Dos R$ 25 bilhões em crédito oferecidos pelo Banco do Brasil ao setor rural, R$ 5 bilhões para financiar a estocagem de alimentos e comercializar produtos já estão disponíveis para avicultores, pecuaristas e produtores de grãos. A linha tem taxa de 7,4% ao ano.
Queremos dar liberdade em um momento difícil para que o produtor possa estocar se entender que não é hora de vender agora. Ao mesmo tempo, o dinheiro também vai para pré-custeio, com a oportunidade para a aquisição de insumos
João Rabelo, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil
Já no caso dos R$ 2 bilhões em investimentos, duas linhas de financiamento, com taxa de 8,5% para o pagamento em cinco anos e de 9% para quitação entre cinco e oito anos, são destinadas para modernização das propriedades, sistemas de irrigação, melhoramento de solo, agricultura de baixo carbono e implantação de energia solar.
Source: Rural