Selic caiu para 3,75% ao ano (Foto: Divulgação/BC)
Em meio ao avanço da pandemia de coronavírus e de iniciativas adotadas por governos de várias partes do mundo para evitar seus efeitos sobre a atividade econômica, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) anunciou, nesta quarta-feira (18/3) um corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros. Com a decisão tomada por unanimidade pelo colegiado, a Selic passa para 3,75% ao ano, renovando a mínima histórica.
No comunicado, o Comitê ressalta que a pandemia está provocando uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços de commodities e aumento da volatilidade dos preços de ativos financeiros. Um cenário que ficou desafiador para as economias emergentes, como a do Brasil, mesmo com as medidas de estímulo anunciadas pelos países ricos.
“Dados de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom vinham em linha com o processo de recuperação gradual da economia brasileira. Entretanto, esses dados ainda não refletem os impactos da pandemia de COVID-19 na economia brasileira”, diz o comunicado.
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Quando avalia seu cenário para a inflação, o Comitê de Política Monetária informa que o índice de preços pode ficar abaixo do esperado por conta do menor nível de ociosidade. Esse movimento pode ser agravado pelo avanço da pandemia, que pode provocar aumento da incerteza e redução da demanda além do esperado.
“Por outro lado, o aumento da potência da política monetária, a deterioração do cenário externo ou frustrações em relação à continuidade das reformas podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória da inflação acima do projetado”, pondera o comitê.
De qualquer forma, a avaliação do Copom é de que a conjuntura aponta para um cenário de estímulo, ou seja, de taxas de juros em níveis baixos. A nota sinaliza, no entanto, que não deve haver novos cortes da Selic, pelo menos por enquanto. O Comitê fala que o momento é de cautela e ressalta a importância das reformas para o crescimento sustentado.
“O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas têm o potencial de elevar a taxa de juros estrutural da economia. Nessa situação, relaxamentos monetários adicionais podem tornar-se contraproducentes se resultarem em aperto nas condições financeiras”, acrescentando.
Source: Rural