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Soja em armazém na Bahia (Foto: Fellipe Abreu/Editora Globo)

 

Depois do caos no mercado financeiro e de commodities na segunda-feira (9/3), a terça-feira (10/3) foi de recuperação de pelo menos parte das perdas do dia anterior para os produtos agrícolas. Soja, milho e café subiram nas suas respectivas bolsas, acompanhando grande parte do mercado financeiro – exceção feita às bolsas da Europa, com mais um dia de queda – com indicadores positivos.

Em meio a este cenário de instabilidade, as diversas cadeias produtivas do agronegócio buscam se posicionar. Na soja, enquanto a bolsa de Chicago acompanha a volatilidade dos mercados, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta cotações internas sustentadas pela valorização do dólar, com a saca de 60 quilos acima de R$ 90, base Porto de Paranaguá.

É a mesma taxa de câmbio que, de outro lado, o produtor rural colocará na equação ao planejar a próxima safra, já que os preços de insumos também são atrelados à moeda americana.

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O café, que, na contramão dos demais mercados, subiu na Bolsa de Nova York na segunda-feira (9/3), deu sequência a este movimento, nesta terça-feira (10/3). Thiago Cazarini, corretor de café, de Varginha (MG), acredita que, no curtíssimo prazo, a tendência é do petróleo e do coronavírus pesarem mais sobre o mercado. Mas ele pondera que a disponibilidade de café deve ser baixa pelo menos até meados de junho.

A expectativa é de volatilidade. “As exportações tendem a baixar um pouco. O maior problema é a disponibilidade baixa até junho. Cafés da Colômbia e da América Central estão caros. E o produtor brasileiro com vendas futuras a preços bem acima do mercado atual”, diz ele, em conversa com Globo Rural, pela internet.

Carnes

No mercado de carnes, a China, em que pese ser o epicentro da epidemia de coronavírus, continuou comprando. Em fevereiro, as exportações de carne de frango subiram 10% e o principal comprador foi o país asiático, comprando 59% a mais no primeiro bimestre do ano. Na carne suína, alta de 161% nos embarqques para o país comparando fevereiro deste ano e o mesmo mês em 2019, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em evento, em São Paulo (SP), o consultor Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, reforçou sua aposta de que a necessidade de recompor a oferta vai falar mais alto e a China tende a comprar mais proteína animal. Em relatório recente, o banco holandês Rabobank sinalizou que as importações chinesas de carne bovina devem retomar os níveis normais apenas no segundo semestre.

As incertezas trazidas pelo avanço do coronavírus sobre o agronegócio, além dos números atualizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos 2019/2020 foram assuntos da edição desta terça-feira (10/3), do CBN Agronegócios.
Source: Rural

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