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A presidente da Isla Sementes, engenheira de produção, assumiu a presidência da empresa aos 22 anos (Foto: Marcelo Curia)

 

Ela realizou uma balada dentro da estufa de hortaliças para chamar a atenção para a necessidade de conectar o campo à cidade. Na última edição da Super Colheita, evento que reúne cozinheiros, influenciadores e agricultores, a gaúcha Diana Werner, presidente da Isla Sementes, contratou mixologistas para cuidar da ilha de drinques feitos com insumos da horta que ela mantém na estação experimental de Itapuã, em Viamão, a uma hora de Porto Alegre.

A festa em meio aos vegetais foi símbolo de um caminho que Diana vem trilhando nos últimos anos, quando direcionou seu olhar para o movimento urbano, com projetos para levar a agricultura às casas das pessoas.

“Com a comunicação digital, inovamos na forma como informamos o produto. Passamos a conversar com toda a população, não dependendo de intermediários. Deixamos de falar apenas do envelope, passando a discutir sobre como plantar, o que plantar.”

"Fora da curva"

Considerada “fora da curva” ao assumir a presidência de uma empresa do porte da Isla aos 22 anos de idade, a engenheira de produção lidera há 16 anos um negócio cujo produto chega a 4 mil municípios brasileiros, empregando 150 funcionários, quase metade mulheres.

No começo, ela diz ter enfrentado certa resistência, devido à pouca idade. “As pessoas passavam reto pela porta da minha sala. Levei vários anos até ser reconhecida.” Mas ela não se intimidou.

Não tem como trabalhar a agricultura sem contemplar a mulher. Estamos na produção, no campo e na pesquisa

 

Em vez disso, preferiu reforçar o papel da atuação feminina no setor. “Não tem como trabalhar a agricultura sem contemplar a mulher. Estamos na produção, no campo e cada vez mais na pesquisa, encampando um movimento pela qualidade da alimentação.”

Visão otimista

A primeira sementeira de hortaliças do Brasil, pioneira na América Latina em produção e desenvolvimento de sementes, tem à sua frente uma mulher educada para liderar e empreender.

Criada entre a indústria e as estufas, começou a trabalhar em 1998, passando por todas as funções, até assumir, em 2004, a presidência, no ano de falecimento do pai, Luciano. O desafio na época era dar continuidade ao trabalho familiar e entender seu papel.

A forma como encontrou para inovar foi ampliar o horizonte e pensar como a população poderia comer melhor, o que ocorreu dois anos após assumir a empresa.

Para o futuro dos negócios, Diana enxerga um cenário promissor. A origem de um amanhã em que o brasileiro irá comer melhor estaria na conexão com as origens e no entendimento de que o agro é parte da nossa vida todos os dias. Assim como as sementes.
Source: Rural

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