Produtores do noroeste da Argentina realizaram assembleia para discutir a manifestação contra governo (Foto: Divulgação/Apronor)
Produtores rurais do Noroeste da Argentina (NOA) pretendem fazer uma suspensão na comercialização de grãos e cereais em protesto contra os impostos adotados pelo governo sobre a produção agrícola. A decisão foi tomada em uma assembleia convocada pela Asociacion Civil de Productores Agricolas y Ganaderos del Norte (Apronor) e a Sociedad Rural de Tucuman.
Segundo o comunicado oficial da Apronor, a reunião teve a participação de cerca de cem produtores. A comercialização de grãos, cereais e o controle de cargas ficará suspenso entre os dias 2 e 9 de março. No encontro, os participantes reafirmaram seu discurso contra os impostos cobrados pelo governo e vão pedir ao governo da província de Tucuman e ao Legislativo que defendam a produção.
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“Reiteramos nosso pedido de realizar efetivamente uma redução do gasto político, para que, de uma vez por todas, o chamado de solidariedade envolva todos os segmentos que encontram condições de cooperar diante da delicada situação econômica que afeta o nosso país”, diz a nota da Apronor.
Não é a primeira vez que protesto semelhante foi feito contra o governo de Alberto Fernandez. De acordo com o site especializado Infocampo, a comercialização já havia sido suspensa entre os dias 19 e 20 de dezembro, manifestação também contrária às chamadas retenciones, atualizadas pela atual administração. Durante o período eleitoral na Argentina, representações so setor rural já afirmavam temer aumentos de impostos de exportação, caso vencesse a chapa encabeçada pelo atual presidente.
Tensão entre governo e produtores
De acordo com o Infocampo, começaram a circular no final de semana informações de que o governo analisava a possibilidade de aumento dos impostos de exportação de soja, milho e trigo. A publicação informa também que, ainda nesta semana, deve ocorrer um econtro entre representantes do governo e da chamada Mesa de Enlace, que reúne representantes dos produtores locais.
Críticas à possibilidade de aumento de impostos têm sido feitas representações de diversas regiões da Argentina. O presidente da Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires e Pampa, Matias de Velazco, disse, ainda segundo o Infocampo, que o governo vai na direção contrária do que pedem os produtores, ao lamentar a possibilidade de se confirmar o aumento.
A uma emissora de rádio, o presidente da Confederação Intercooperativa Agropecuária Limitada (Coninagro), Carlos Iannizzotto, disse que ainda não está confirmado qualquer aumento de imposto e que a instituição está discutindo o assunto com o governo argentino.
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“A Coninagro esteve reunida em várias oportunidades em janeiro com vários políticos para definir mecanismos e não ter que cair nos aumentos de direitos de importação”, disse ele, conforme publicado pelo Infocampo.
Nesta segunda-feira, o jornal La Nacion publicou que a tesão entre o campo e o governo é crescente, por conta da possibilidade de aumento de impostos. O presidente da Federação Agraria Argentina, Carlos Achetoni também acenou com a possibilidade de uma paralisação no comércio de produtos agrícolas.
"Sem um tratamento diferenciado, será muito difícil conter a nossa representação de produtores. A medida de força é uma possibilidade, disse ele, conforme o jornal, embora pontue que o governo ainda não comunicou decisão de aumentar as retenções.
Source: Rural


