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Em 2019, Brasil exportou 585,59 mil toneladas de carne de frango para a China (Foto: Globo Rural)

 

O acordo comercial entre China e Estados Unidos deve ter um efeito pouco relevante sobre as exportações de carne suína e de frango do Brasil para o país asiático. A avaliação é do diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em entrevista à Globo Rural.

O executivo destaca que o acordo assinado na quarta-feira (15/1) traz mecanismos de facilitação de comércio. Segundo ele, a concorrência tende a aumentar, mas acontecerá em um cenário de demanda maior do que brasileiros e americanos podem oferecer juntos.

“Há efeitos, mas não são relevantes frente ao ambiente desse mercado. O acordo não fala de tarifas e está dentro de um ambiente de demanda maior que a oferta global. A demanda é maior que a capacidade brasileira e americana de oferecer. Tem lugar para todo mundo nesses próximos dois ou três anos. Mais adiante, são conjecturas que não cabe avaliar agora”, analisa Santin.

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A China foi atingida por uma grave epidemia de peste suína africana (PSA) que, de acordo com a FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação, levou à morte de mais de 7,8 milhões de animais na Ásia. Em meio a este cenário e à guerra comercial entre chineses e americanos, o Brasil ganhou espaço no mercado do país asiático.

Em 2019, as exportações de carne de frango do Brasil para a China somaram 585,59 mil toneladas, de acordo com dados do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura. Em 2018, o volume tinha sido de 438,21 mil. A receita no ano passado foi de US$ 1,23 bilhão. No anterior, foram US$ 799,16 milhões. Na carne suína, o volume embarcado passou de 156,24 mil para 248,29 mil toneladas de um ano para outro. E a receita, de US$ 304,72 milhões para US$ 613,99 milhões.

Segundo Ricardo Santin, a carne dos Estados Unidos vinha chegando ao mercado asiático via Hong Kong. Com o acordo, a tendência é de aumento das exportações americanas diretamente para a China, que paga melhor. A concorrência maior deve ter um efeito de curto prazo sobre a rentabilidade, já que a maior oferta tende a pressionar os preços oferecidos pelo comprador.

De outro lado, o deslocamento das exportações americanas para os chineses pode abrir espaço em outros mercados. “São impactos de fluxo de comércio e rentabilidade, mas não muito, porque há espaço. O que pode haver é uma troca de rentabilidade imediata: ‘eu antes comprava de ti e pagava mais. Agora com o concorrente vou te pagar um pouco menos’. Mas isso é até começar a faltar”, avalia.
Source: Rural

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