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Cotações dos contratos futuros do café arábica e a demanda aquecida impulsionaram a alta (Foto: Rodrigo Lima/Nitro / Editora Globo)

 

O indicador de preços do café arábica calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) fechou em novembro com a média de R$ 475,11/saca de 60 kg, em alta de 12,7% em relação a outubro e de 2,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de out/19).

Segundo os pesquisadores do Cepea, o impulso se deve, principalmente, à alta das cotações dos contratos futuros da variedade e à demanda aquecida, especialmente para os cafés de melhor qualidade. Eles observam que, a partir de meados do mês, o indicador voltou a superar os R$ 500/saca, retornando aos patamares reais do final de 2017.

No informativo mensal sobre o mercado de café, os pesquisadores comentam que no mercado externo as cotações dos futuros foram influenciados por fatores técnicos e por preocupações com a oferta do grão ao longo de 2020. Eles observam que além do fato de a menor produção brasileira na temporada 2019/2020 ser de bienalidade negativa (menor produção), o percentual de café já comercializado da atual e da safra 2020/21 está mais elevado, “uma vez que, com a forte recuperação dos preços em novembro e dólar valorizado, a comercialização de cafés nos mercados físico e futuro tem sido intensa”.

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Os pesquisadores destacam que a notícias de uma possível quebra na produção mundial no próximo ano, como na América Central, também manteve o cenário de alta. A média de todos os contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em novembro foi de 112,17 centavos de dólar por libra peso, forte avanço de 11,9% em relação a outubro/19. “Vale apontar que o contrato Março/20 voltou aos níveis próximos dos 120 centavos de dólar por libra-peso, renovando as máximas de mais de um ano. Quanto ao dólar, fechou com média de R$ 4,158, valorização de 1,8% frente ao mês anterior.”

Cafezal no município de Santa Teresa (ES) (Foto: Ronaldo Rufino/Ed. Globo)

 

Em relação às condições das lavouras, eles lembrem que em novembro as chuvas retornaram para as regiões produtoras de arábica e robusta. Com o retorno das chuvas, agentes apontam que os cafezais vêm se recuperando, devendo manter um bom potencial produtivo para 2020/2021. “Esse cenário, aliado às maiores cotações, fez com que produtores realizassem os tratos nas lavouras conforme recomendado, também devendo contribuir para o potencial produtivo na próxima safra.”

Os pesquisadores ressaltam que a maior parte dos colaboradores consultados pelo Cepea, acredita que a próxima temporada pode não superar o volume da safra 2018/2019, que foi recorde. “Neste caso, agentes se fundamentam no clima mais seco até as primeiras semanas de outubro e na leve redução dos tratos culturais nos primeiros meses de desenvolvimento (uma vez que os preços do café estavam em níveis baixos), o que levou à perda de algumas flores e chumbinhos. Estimativas mais precisas sobre o volume da safra poderão ser feitas após o enchimento dos grãos, que deve ocorrer em dezembro.”

Robusta

No mercado de café conilon (robusta), os preços também subiram em novembro, impulsionados pelos ganhos externos da variedade. Segundo os analistas, a elevação dos valores atraiu vendedores e permitiu um maior número de negócios no mês. A média do o indicador do tipo 6 peneira 13 acima foi de R$ 305,53/saca de 60 kg, valor 6% superior à média de outubro. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média foi de R$ 295,91/saca, em alta de 6,3% no mesmo comparativo. “Em relação ao mesmo período de 2018, entretanto, as cotações ainda apresentam quedas de 11,9% para o tipo 6 e de 12,2% para o 7/8, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de out/19).”

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Source: Rural

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