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Da esquerda para a direira, vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Ivandré Silva, presidente da Abag, Marcello Britto, e o editor-chefe da revista Globo Rural, Cassiano Ribeiro (Foto: Alexandre DiPaula)

 

Empresários e representantes do agronegócio brasileiro demonstraram otimismo em relação à economia do país em 2020 e a intenção de aumentar investimentos em relação a esse ano. Foi o que mostrou uma enquete realizada durante a cerimônia de entrega dos prêmios Melhores do Agroengócio e Fazenda Sustentável, realizada pela Globo Rural, em São Paulo (SP). Os resultados indicaram também uma defesa da produção sustentável na região amazônica e uma preocupação com os efeitos das mudanças climáticas sobre o setor.

A enquete foi feita durante um talk show, com participação do vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Ivandré Silva, e do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Britto. Por meio de um controle eletrônico, os participantes do evento manifestavam a sua opinião em questões de multipla escolha.

Entre os participantes, 71,6% manifestaram a intenção de elevar seu nível de investimentos no ano que vem. Outros 17,2% indicaram manter o ritmo e 11,2% pretendem investir menos. A expectativa em relação a economia do Brasil em 2020 é ortimista. Para 57,9% dos entrevistados, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2%. Outros 21,1% indicaram acreditar em uma expansão de 1% e 14,5% sinalizaram esperar crescimento de 3%. Apenas 6,6% sinalizaram retração.

“Eu estou entre os que esperam crescimento de 3%. Eu estou otimista. E esse meu otimismo, estamos levando  para os nosso negócios. O nome do jogo é otimismo”, afirmou Silva, do Banco do Brasil (BB).

“Olhando só para o Brasil, eu também estou mais próximo dos 3%, mas temos que olhar para a economia mundial, que está em recessão. Mês passado, apesar do dólar mais alto, nossas exportações caíram em todas as modalidades”, ponderou Britto, da Abag.

Sustentabilidade

A enquete procurou mapear também a percepção em relação à sustentabilidade. Para 75,1% a Amazônia deve ter um aumento da produção, mas de forma sustentável. Para outros 23,7%, é preciso preservar mais e produzir menos no bioma. E para 1,2%, a situação deve ser mantida como está. Os participantes sinalizaram ainda uma preocupação com os efeitos das mudanças climáticas sobre a agropecuária. Para 67,4%, esses efeitos podem ser grandes. Outros 22,7% indicaram que é pequeno e 9,9% nenhum.

“A mudança climática, tem gente que trata como crença e tem gente que trata como ciência. Você pode não acreditar, mas que tem computadores de última geração analisando isso e investidores olhando para isso, é certeza”, disse Marcello Britto.

Para o presidente da Abag, a posição brasileira é “invejável” em matéria de sustentabilidade na agropecuária e um os líderes mundiais nesse campo, por conta, principalmente do Código Florestal. Ele ponderou, no entanto, que não à possível dizer que o país “chegou lá”. Segundo Marcelo Brito, é um processo contínuo de amadurecimento, com uma sociedade cada vez mais demandando algo novo.

Brito argumentou que, atualmente, a sociedade tem mais consciência do papel que cada setor nem no processo. E que a relação tende a se inverter, com o lado econômico tendo um peso maior, refletindo na postura, por exemplo de bancos e redes de varejo.

“É preciso entender que a visão de mundo da geração mais nova é completamente diferente. Precisamos estar atentos nesse choque de realidade, de tecnologia, de visão de realidade, de tendência de consumo que virá transformar o modelo de produção do agronegócio”, disse.

O vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Ivandré da Silva, também avaliou que o Brasil está trilhando o caminho da sustentabilidade, que é sem volta. O consumidor está cada vez mais exigente e quem não se adaptar estará fora do mercado. “Há pessoas que estão dispostas a pagar preços diferenciados por produtos com algum diferencial ambiental”, afirmou o executivo, acrescentando que o sucesso do agronegócio brasileiro é explicado por condições climáticas, empreendedorismo dos produtores, tecnologia e crédito.

“Todas as operações de crédito rural do Banco do Brasil, que são cerca de 500 mil por ano, tem uma checagem socioambiental. O desafio é levar crédito na hora certa, de maneira rápida e com responsabilidade socioambiental”, afirmou o executivo.

Crédito

Em relação ao financiamento do setor, o vice-presdente de Agronegócios do Banco do Brasil destacou que, durante muito tempo, o crédito subsidiado foi essencial, mas a realidade está mudando. E a nova fase do que chamou de evolução passa por uma melhor alocação de recursos, além de instrumentos como seguro e contratos de opção, proporcionando estabilidade de renda para o produtor planejar seu negócio.

"Estamos com taxas de juros bem próximas das mundiais e os produtores rurais estão indo buscar operações de mercado", afirmou, destacando que o banco tem atualmente, R$ 4 bilhões em operações de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), de um total de cerca de R$ 7 bilhões no mercado, atualmente.

Ivandré reconheceu que a concorrência no setor bancário está maior no agronegócio. Mas que o banco está preparado para enfrentar esse novo momento. “O agronegócio virou a bola da vez. A concorrência aumentou, mas estamos tranquilos. A gente entende que é o maior banco e estamos preparados. Estamos vivendo um momento de uma ponte. De um banco antigo para um banco digital”, disse ele.
Source: Rural

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