A ação contra a patente da cultivar, segunda geração de algodão da multinacional, foi movida no último dia 10 de agosto (Foto: Lindsey Turner/CCommons)
A Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) anunciou o lançamento de um site na internet com informações sobre patentes de biotecnologia para a cultura. A intenção, de acordo com a entidade, é reforçar a discussão sobre o assunto com os produtores do Estado, em meio ao questionamento judicial da patente da tecnologia Bollgard 2 RR Flex, da Bayer
A ação contra a patente da cultivar, segunda geração de algodão da multinacional, foi movida no último dia 10 de agosto. A Ampa alega que não há inovação suficiente para justificar uma nova patente. Conhecida pela sigla B2RF, a semente foi plantada em 24% da área de algodão no Brasil na safra 2018/2019.
saiba mais
Algodão: mercado de insumos será mais disputado na safra 2019/2020
Bayer decide rever calendário de lançamento de novo algodão transgênico
Em nota, a Associação informa que o site visa esclarecer “pontos importantes das ações que levaram a Ampa a recorrer à Justiça Federal”. O presidente da entidade, Alexandre Schenkel, afirma que o produtor rural é quem mais se beneficia das novas tecnologias e tem o maior interesse em pagar por elas.
“Não aceitamos pagar royalties por produtos que não tenham tecnologia suficiente que preencha os requisitos técnicos para concessão da patente”, pontua. O site informa que 80% do gasto que o produtor tem com sementes são destinados ao pagamento de royalties.
Mato Grosso é o maior produtor da pluma do Brasil. De acordo com cálculos do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), desde o início da comercialização do Bollgard 2 RR Flex, US$ 151 milhões foram pagos em royalties pelos cotonicultores do Estado. Se a nulidade da patente for aceita pela Justiça, os produtores deixariam de pagar o equivalente a US$ 240 por hectare nas próximas safras.
saiba mais
Anvisa vai reavaliar toxidade de sete ingredientes ativos de agrotóxicos
Abrapa quer ter pelo menos 95% da produção nacional certificada até 2020
A Bayer informou que ainda não foi notificada sobre a ação. Na semana passada, no 12º Congresso Brasileiro do Algodão, em Goiânia (GO), o presidente da divisão CropScience no Brasil, Gerhard Bohne, disse que, assim que notificada, a empresa defenderá sua patente.
"A empresa precisa ter proteção para trazer retorno ao investimento. O modelo está sendo colocado em xeque. Cabe à Bayer defender sua patente e, quando for notificada, vai defender", disse, em entrevista coletiva, no evento.
Na ocasião, Bohne informou que a empresa decidiu reavaliar o calendário de lançamento da próxima geração de algodão transgênico, o Bollgard 3 RR Flex.
Source: Rural