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A Expointer 2019, em Esteio (RS), recebe o público até o dia 1/9 (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

 

A repercussão internacional das queimadas na Amazônia gerou uma imagem negativa e injusta para a agricultura brasileira, mas não deve afetar os negócios. Essa é a opinião de executivos das principais indústrias de máquinas agrícolas que estão expondo seus produtos na Expointer, em Esteio (RS). Todos destacam que a agricultura brasileira é uma das mais sustentáveis do mundo e é isso que precisa ser comunicado com mais ênfase ao mundo.

Gustavo Taniguchi, diretor de marketing da New Holland para a América do Sul, diz que as queimadas se tornaram uma discussão política usando indevidamente a agricultura. “Esse assunto é um daqueles fenômenos midiáticos que dependem do tom de quem dá a declaração.” Segundo Taniguchi, a sustentabilidade é uma marca da agricultura brasileira e o país tem leis ambientais rígidas que estão aí para serem cumpridas.

Fernando Gonçalves, presidente da Jacto, diz que a repercussão prejudica uma classe que trabalha e entrega muito ao PIB (Produto Interno Bruto) do país. “Acredito que essa crise seja passageira e que haverá uma reversão nesse debate. O fato é que tem muita força política no exterior tentando enfraquecer a agricultura brasileira.”

O produtor rural sabe muito bem que não sobrevive se sua atividade não estiver sintonizada com o ecossistema"

Eduardo Martini, gerente de vendas da John Deere

Para Silvio Campos, diretor de marketing da Case, o produtor sabe o quanto é importante proteger o solo para aumentar a produtividade agrícola. “O plantio direto é altamente conservacionista e tivemos no país uma evolução muito grande com o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o novo código ambiental.”

O vice-presidente de vendas para a América do Sul da Valtra, Rodrigo Junqueira, diz que o agricultor brasileiro se preocupa muito com a preservação ambiental porque disso depende o seu negócio. “Nosso papel nesse momento é dar apoio aos produtores brasileiros para mostrar ao mundo que a atividade agropecuária preserva o meio ambiente.”

Eduardo Martini, gerente de vendas da John Deere, faz coro aos colegas que as indústrias de máquinas podem ajudar nesse esforço de valorizar lá fora a sustentabilidade ambiental da agricultura brasileira. “O produtor rural sabe muito bem que não sobrevive se sua atividade não estiver sintonizada com o ecossistema.”

Regeneração

As queimadas na Amazônia também foram assunto em roda de conversa de produtores na feira agropecuária que termina no próximo domingo. Frederico Wolf, produtor de arroz, soja, pecuária de corte e criador de cavalos em Don Pedrito, no Rio Grande do Sul, era um dos mais irritados com a repercussão negativa para a agricultura brasileira.

“Tem que queimar mais. Deveriam nos pagar para não queimar o pulmão do mundo. Isso é papinho de francês que não quer a efetivação do acordo Mercosul-União Europeia.”

Na visão de Wolf, falta humildade aos ambientalistas para respeitar a profissão do agricultor. “Eu vivo do meio ambiente e tenho que cuidar dele. Às cinco, quando acordo, confiro a previsão do tempo, a umidade, os ventos, monitoro as erosões, controlo as derivas de defensivos… Já os ambientalistas, sem viver no campo, dizem muitas besteiras dentro de um escritório.”
Source: Rural

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