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Curtumes do Brasil chegaram a informar que 18 empresas teriam suspendido as importações. (Foto: Divulgação/CICB)

 

A VF Corporation, holding dona de 18 marcas de calçados e acessórios, incluindo Vans, The North Face, Timberland, Kipling e Dickies, confirmou à reportagem da Globo Rural que suspendeu a aquisição de couro brasileiro até que seja garantido o respeito às práticas ambientais de produção.

Em mensagem enviada por e-mail, a matriz da empresa, com sede nos Estados Unidos,  disse que não consegue “assegurar satisfatoriamente” que os volumes de couro comprados de produtores brasileiros sigam o compromisso com os requisitos de abastecimento responsável exigidos pelas marcas.

“(…) Sendo assim, a VF Corporation e suas marcas decidiram não seguir abastecendo diretamente com o couro e curtume do Brasil para nossos negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país,” diz um trecho da mensagem.

Menos de 5% do suprimento global da companhia de couro vêm do Brasil. No entanto, a VF Corporation ressalta que mantém os seus "valores e compromisso com o planeta e seu povo, não importa quão pequeno seja o volume de uma região ou fornecedor. Além disso, é importante observar que esse é o mesmo padrão que aplicamos a todas as decisões de fornecimento de matérias-primas globalmente". 

Equívoco?

Na noite da última terça-feira (27/8), em carta direcionada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, mencionou “a suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais”. A suspensão teria sido motivada devido à repercussão internacional das queimadas na Amazônia e da possível associação dos incêndios com a pecuária na região.

Quando esclarecemos o fato com o cliente internacional, obtivemos a informação de que não haverá cancelamentos"

José Fernando Bello, presidente do CICB 

Na quarta-feira (28/8), Bello disse ao Broadcast Agro (Grupo Estadão) que se tratava de um “erro de pré-avaliação” da entidade. "A carta foi divulgada (pelo próprio CICB) antes da checagem com a empresa importadora", disse Bello. "Esse importador estaria supostamente suspendendo as compras. Foi um equívoco nosso. Vamos corrigir a informação junto ao governo federal", disse entidade.

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O presidente do CICB garantiu ainda que não havia intenção de boicote ou restrições dos importadores para as compras do produto brasileiro. Segundo Bello, as 18 marcas apontadas (Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small) teriam solicitado “esclarecimentos adicionais” sobre a rastreabilidade e origem dos produtos, mas que continuariam com os pedidos em andamento. "Recebemos este relato de uma indústria brasileira e, quando esclarecemos o fato com o cliente internacional, obtivemos a informação de que não haverá cancelamentos", disse Bello.

 

 

 
Source: Rural

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