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Algodão (Foto: )

 

A Bayer decidiu revisar o calendário de lançamento da nova tecnologia da empresa para a cultura do algodão, a Bollgard 3 RR Flex. Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (27/8) durante o 12º Congresso Brasileiro do Algodão, em Goiânia (GO), o presidente da Bayer CropScience no Brasil, Gerhard Bohne, disse que a questão da propriedade intelectual é importante, mas evitou vincular diretamente a revisão de agenda aos questionamentos que a empresa vem sofrendo.

Na mais recente, a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), questiona a validade da patente da tecnologia Bollgard 2 RR Flex, que está no mercado há cinco anos e foi plantada em 24% da área de cotonicultura do Brasil na safra 2018/2019. Os mato-grossenses alegam que a variedade não traz inovação que justifique uma nova patente, questionamento semelhante ao de produtores de soja em relação à cultivar Intacta RR2, também da empresa.

O presidente da Bayer CropScience no Brasil disse que não poderia comentar este assunto porque a empresa ainda não foi notificada oficialmente. Ressaltou, no entanto, que a multinacional investe em escala global 12% do seu faturamento em inovação e tecnologia e que leva cerca de 20 anos para ter o retorno.

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"A empresa precisa ter proteção para trazer retorno ao investimento. O modelo está sendo colocado em xeque. Cabe à Bayer defender sua patente e, quando for notificada, vai defender", disse Bohne.

Sobre o lançamento da terceira geração do algodão, acrescentou que a empresa já tem quatro variedades testadas, mas avalia o mercado para definir uma nova data. Ainda assim, a companhia já trabalha na evolução da suas tecnologias para algodão. À Bollgard 3, por exemplo, deve ser integrado o sistema Xtend, que prevê tolerância ao herbicida dicamba, como já feito com a soja.

Ainda de acordo com o executivo, dentro de três anos, a empresa deve lançar um inseticida voltado para o controle de nematoides. A multinacional já prepara também a quarta geração de algodão transgênico, que deve chegar ao mercado dentro de cinco a sete anos. Bohne explicou que a política adotada pela empresa tem sido de licenciamento amplo da tecnologia para diversos parceiros.

O preço da commodity estava mais favorável. E com o crescimento alto das últimas safras, tem uma acomodação"

Gerhard Bohne

"É importante para fazer chegar mais rápido a tecnologia aos produtores. A cultura do algodão, devido ao ciclo e ao clima tropical no Brasil, precisa de tecnologia porque não tem muita irrigação, mas tem muita produtividade", afirmou.

Safra 2019/2020

Em relação à próxima safra, Gerhard Bohne adotou um tom conservador. Disse que não espera um aumento significativo de plantio de algodão no Brasil, já que os preços da commodity no mercado internacional estão em patamares mais baixos. Ele reconheceu que a perspectiva da empresa para a cotonicultura foi revista. Agora, a tendência é de manutenção de área. Se houver aumento, será marginal.

"O preço da commodity estava mais favorável. E com o crescimento alto das últimas safras, tem uma acomodação. Mas ainda estamos em um patamar alto de áreas de produção de algodão no Brasil", analisou Bohne.

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Em seu estande no 12º Congresso Brasileiro do Algodão, do qual participa pela primeira vez desde a integração com a Monsanto, a empresa está promovendo o que chama de "portfólio completo", com produtos que podem ser usados do pré-plantio à pós-colheita, além da tecnologia digital Climate Fieldview. A plataforma, aliás, antes usada em soja e milho, foi adaptada para a cultura do algodão.

É com essa visão de mercado que a empresa espera, segundo o presidente de sua divisão agrícola, ampliar sua participação na cotonicultura nacional. "Nossa intenção é continuar crescendo. Acreditamos que, com o portfólio que temos, estamos com excelente base para dar suporte ao produtor de algodão", disse Gerhard Bohne.

*O repórter viajou a convite da Abrapa

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Source: Rural

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