Cargill (Foto: Mauro Marques)
A Cargill anunciou nesta quinta-feira (13/6), investimento de US$ 30 milhões para encontrar soluções para proteger florestas e vegetação nativa na cadeia produtiva de soja no Brasil. "Estamos pedindo urgentemente que a indústria se junte a nós e invista conosco para acelerar o progresso e para encontrar soluções que ajudem a proteger a terra do Brasil ao mesmo tempo em que proporcionem oportunidades econômicas aos agricultores e às comunidades", disse a diretora de Sustentabilidade da Cargill, Ruth Kimmelshue, em teleconferência.
Conforme a executiva, a empresa está preparada para realizar o desembolso "o mais rápido possível e assim que virmos ideias que possam conduzir a mudanças substanciais". Ruth reforçou que a empresa fez o apelo aos concorrentes, clientes e outros players na indústria de alimentos para que complementem esse investimento. "Nossa esperança é que os US$ 30 milhões se tornem significativamente maiores por meio do envolvimento e investimento de outros", disse.
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Segundo ela, a expectativa é reunir vários participantes em um esforço conjunto para identificar a melhor forma de alocar recursos para combater o desmatamento. "Estamos no processo de identificação de um facilitador para reunir organizações." No Brasil, o foco é o Cerrado e o Matopiba (acrônimo formado com as iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Segundo ela, uma das razões para isso é a extensão de área no Cerrado que vem sendo utilizada para agricultura. "É onde a maior parte das terras novas está vindo para produção, está sendo convertida. O Matopiba é crítico porque é uma das áreas de maior prioridade e mais sensíveis relacionadas ao Cerrado." Ao mesmo tempo, a empresa vai continuar com o trabalho de combater o desmatamento na Amazônia.
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A executiva destacou o êxito da Moratória da Soja na região ao longo dos últimos anos. A empresa também informou ter feito progressos em outras cadeias de suprimento além da soja, como óleo de palma e cacau. Segundo Ruth, apesar dos esforços coletivos das tradings, "nossa indústria ficará aquém da meta de eliminar o desmatamento até 2020".
O compromisso do setor agora é eliminar o desmatamento na cadeia produtiva da soja até 2030, conforme a executiva. "O progresso que fizemos é significativo. Mas temos mais trabalho significativo para fazer." De acordo com a executiva, pedir que as empresas saiam das áreas de maior risco de desmatamento não resolverá o problema, só fará com que ele mude de lugar.
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"Ao empurrar agricultores para outros compradores, as mesmas práticas continuarão", disse. "Precisamos urgentemente de ideias ousadas que ofereçam aos agricultores uma maneira de prosperar enquanto protegemos o planeta. Essas são as duas forças concorrentes e complementares que queremos abordar."
Junto com o financiamento, a empresa informou que está implementando um plano de ação para aumentar a transparência e avançar na adoção da política contra o desmatamento na cadeia de soja. Entre as medidas, está uma avaliação de risco abrangente de fornecedores diretos e indiretos. Segundo a empresa, o foco é trabalhar para a transformação de longo prazo "para que florestas e agricultores possam coexistir".
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Source: Rural