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As áreas produtoras de milho nos Estados Unidos enfrentarão curtos períodos de estiagem (Foto: Divulgação Tarso Veloso/ARC)

 

Os Estados Unidos ainda devem registrar chuvas acima da média ao longo deste mês e enfrentar curtos períodos de estiagem em julho e agosto nas áreas produtoras de grãos no Corn Belt, o chamado “cinturão do milho”, que fica na região do Meio-Oeste do país.

E, em meio às incertezas em relação à safra norte-americana, o mercado climático nas bolsas de futuros agrícolas, quando os preços oscilam ao sabor das sucessivas alterações nas previsões meteorológicas, deve continuar ativo, avalia o consultor Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima.

"Há algumas brechas de pequenas estiagens entre julho e agosto. O mercado climático estará extremamente ativo. Não consigo ver mercado paralisado depois do plantio", disse o o especialista em conversa com jornalistas durante no One Agro, promovido pela Syngenta, em Campinas (SP).

Baseando-se nos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), ele acredita que é o pior início de safra de milho da história americana. Em 2012, quando uma forte seca atingiu o país, dados oficiais apontavam 9% de plantações ruins e muito ruins no dia 18 de junho. Nesta segunda-feira (10/06), uma semana mais cedo em relação ao mesmo período sete anos atrás, o índice era o mesmo. E pode piorar.

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Ele estima que a produção americana de milho deve oscilar entre 325 milhões e 330 milhões de toneladas, com viés de baixa. Na semana passada, a área plantada com o cereal no cinturão de grãos americano passou de 67% para 83%, ainda atrasado em relação à média das últimas temporadas para esta época do ano, que é de 99% plantados.

"O plantio foi feito com um nível de umidade muito alto. Quando o solo está muito encharcado, a raiz não cresce tanto. Então, qualquer seca, é possível ter uma perda. Mas não estou falando em quebras maiores do que agora", diz ele.

Marco Antonio lembra que o restante a ser semeado com o cereal está fora da janela coberta pelo seguro no país, encerrada dia 31 de maio, além de ter menor potencial produtivo. Mas isso também não deve significar uma migração significativa para a soja, ainda dentro da janela ideal, que vai até o próximo dia 25. A guerra comercial com os chineses não estimula a plantar a oleaginosa. E não há disponibilidade de insumos para atender rapidamente uma demanda mais significativa.

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Assim, se houver uma mudança em relação aos 34,2 milhões de hectares estimados pelo USDA, não deve passar de 35 milhões, acredita. O agrometeorologista espera uma produção americana de soja entre 110 milhões e 115 milhões de toneladas de soja. Mas não vê um viés tão negativo quanto no milho. "Não dá para falar em quebra na soja neste momento. Se entrar julho plantando, pode ter problema", diz ele.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o plantio da soja na semana passada subiu de 39% para 60% da área reservada para a cultura. Nessa mesma época no ano passado, as máquinas já haviam percorrido 92% da área. A média das últimas safras é de 88%.

Brasil

Questionado sobre a segunda safra de milho no Brasil, Marco Antonio dos Santos fez uma avaliação positiva. Para ele, a produção deve ficar entre 73 milhões e 74 milhões de toneladas. E o Brasil deve exportar 34 milhões.

As estimativas são superiores às divulgadas nesta terça-feira (11/6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A instituição prevê produção de 70,677 milhões de toneladas na segunda safra, 31,1% acima do registrado no mesmo ciclo na safra 2017/2018, quando a colheita foi estimada em 53,898 milhões de toneladas.

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"A área de milho segunda safra foi bastante estimulada pela antecipação da colheita da soja e pela possibilidade do aproveitamento integral da janela climática, criando a expectativa de bons rendimentos na lavoura", avalia a Conab, no relatório.

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A Conab estima uma produção total de milho em 97,01 milhões de toneladas na safra 2018/2019, aumento de 20% em relação ao registrado na temporada anterior. As exportações são estimadas pelo governo brasileiro em 32 milhões de toneladas e o consumo interno em 62,91 milhões.

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Source: Rural

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