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O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, durante evento promovido pela Syngenta em Campinas (SP)(Foto: Rephael Salomão/Ed. Globo)

 

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, acredita que o Brasil ainda terá o país asiático como um importante mercado e será beneficiado no longo prazo, mesmo se os chineses chegarem a um acordo que encerre a guerra comercial com os Estados Unidos. 

Tang, que falou nesta segunta-feira (10/6) em evento promovido pela Syngenta em Campinas (SP), reconheceu que, em um primeiro momento, um entendimento entre chineses e norte-americanos pode representar uma redução de demanda por produtos do Brasil. No entanto, o posicionamento adotado pelo presidente Donald Trump em relação ao país asiático provocou um abalo de confiança, difícil de ser contornado.

De outro lado, a China continua dando sinais de que vê o Brasil como um parceiro estratégico. Citou como exemplo a recente visita do vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão ao país, onde foi recebido não apenas pelo vice-presidente chinês como pelo próprio presidente Xi Jinping. Para Tang, é uma deferência que sinaliza de forma clara a importância da relação bilateral.

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“As oportunidades para o Brasil na China são crescentes e, mesmo tendo um acordo entre China e Estados Unidos, o Brasil será beneficiado no longo prazo. O Brasil precisa aprender a vender. Você entra em um mercado chinês e vê vinhos de todas as partes do mundo. Menos do Brasil”, exemplificou.

Tang ressaltou que o Brasil é uma país considerado amigo de todo o mundo e que pode ter relações positivas com chineses e também com americanos. Mas ponderou, que, enquanto a economia da China é complementar à brasileira, a dos Estados Unidos é concorrente.

Segundo ele, o último ano em que a balança comercial bilateral foi desfavorável para o lado brasileiro foi em 2008. De lá para cá, o país só acumulou superávit. E esses sucessivos saldos comerciais positivos foram gerados, principalmente, por produtos primários, o que reforça a importância do país asiático para o agronegócio nacional.

“O PIB brasileiro depende do agronegócio brasileiro, e o agronegócio brasileiro depende da China. O Brasil não tem como abrir mão do seu principal parceiro”, disse ele.

No ano passado, dos US$ 64,21 bilhões contabilizados nas vendas de produtos brasileiros para a China, a soja respondeu por 43%. Na visão do presidente da Câmara Brasil-China, a participação brasileira na demanda chinesa por soja tende a continuar crescendo.

“O Brasil tem condições de ser o celeiro do mundo. Um mundo com um bilhão de pessoas passando fome”, disse Tang, que lembrou também do aumento do consumo local de café, do qual o Brasil é o maior produtor mundial.

Ele destacou ainda o impacto que a peste suína africana está causando na suinocultura chinesa e no quadro de oferta e demanda pela carne suína no país. “A peste suína vai levar a China a comprar de outros países, como o Brasil. Na China, a carne suína é básica. Pode ser uma oportunidade.”

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Source: Rural

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