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Fazenda no estado norte-americano de Iowa. O campo encharcado não permite a entrada das máquinas para o plantio da safra de grãos (Foto: Bruno Blecher/Ed. Globo)

 

A chuva finalmente deu uma trégua, nesta sexta-feira (31/5), na região de Des Moines, Iowa, nos Estados Unidos, mas os campos encharcados ainda impedem a entrada dos tratores para o início do plantio de milho em boa parte das fazendas.

“A primavera está sendo atípica, com muita água”, diz Rick Kimberley, fazendeiro na região de Des Moines, que planta milho e soja em 161 hectares. Kimberley, que virou celebridade nos Estados Unidos depois de receber, em 2012, o presidente da China, Xi Jinping em sua casa, conseguiu plantar o milho com muito atraso.

Não só os fazendeiros de Iowa que sofreram com a chuvarada da primavera. Dados mostram que praticamente todo o Meio Oeste, polo de produção de grãos americano, foi prejudicado pelo maior atraso no plantio da história norte-americana. “É um grande problema. E acredito que ninguém saberá ao certo o que será desta safra até colhermos”, lamenta Kimberley.

"Deve ser o pior de todos os tempos", disse Jim Collins, diretor da Corteva Agriscience, divisão agrícola da DowDuPont, fabricante de sementes e pesticidas, ao Wall Street Journal no final de maio. Segundo ele, as vendas da Corteva caíram 11% no último trimestre, em parte por causa das inundações do Meio-oeste.

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Os números do USDA revelam que o plantio do milho está concluído em apenas 58% da área estimada para a cultura na safra 2019/20, contra 90% no mesmo período do ano passado e da média dos últimos  cinco anos. O maior atraso ocorre em Illinois, onde apenas 35% da área foi plantada, contra 99% do ano anterior.

Na soja, apenas 29% da área foi semeada, contra 74% do ano passado, nesse mesmo período, e os 66% da média das últimas cinco safras. Em Indiana, apenas 14% da área do milho havia sido semeada, contra 14% no ano passado.

Diante do cenário, o mercado vai se ajustando. Na Bolsa de Chicago, a soja com vencimento para julho caiu US$ 0,1125 na sexta-feira e fechou a US$ 8,77 por bushel. A baixa ocorreu depois de quatro sessões seguidas de alta, em um dia que a cotação chegou a bater US$ 8,90. Em 23 de maio, o bushel tinha sido cotado a US$ 8,21.

O milho para o mesmo vencimento teve desvalorização no dia, de US$ 0,086, e encerrou a US$ 4,27 por bushel. Mas o acumulado da semana foi positivo. Na segunda-feira (28/5), a cotação era de US$ 4,20 por bushel.

Fora da porteira, o que tira o sono dos agricultores norte-americanos é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, ainda pendente de uma solução. A boa notícia para os produtores norte-americanos é o governo anunciou um pacote de US$ 16 bilhões, para compensar esses impactos negativos, segundo anunciou o Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, na semana passada.

*O jornalista viajou a convite da Corteva

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Source: Rural

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