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Orelha do boi embalada é negociada no mercado pet. (Foto: Sebastião Nascimento/Ed.Globo)

 

A Marfrig, segunda maior produtora de carne do mundo, acelera a sua produção para a linha de pequenos animais, como cães e gatos, em uma de suas unidades localizada na cidade de Itupeva, a 72 quilômetros de São Paulo. Além de contribuir para o aumento no lucro, a empresa agrega valor ao industrializar as sobras de partes não aproveitadas dos bovinos abatidos para a produção de carne, o principal negócio do frigorífico. Orelha, pele, vergalho (membro genital do boi) e outros subprodutos são cortados e secados a até 80 graus centígrados e depois embalados.

“Nada ser perde”, afirma Roberto Colacrai, gerente industrial da companhia. Segundo ele, a empreitada foi particularmente feliz por conta do crescimento acelerado do mercado pet no Brasil e no mundo. Da produção de Itupeva, 70% têm por destino os EUA, que chegam a pagar US$ 35 pelo quilo do vergalho. “Entre três a quatro contêineres partem mensalmente para a América do Norte”, informa o gerente. “No Brasl, a demanda igualmente têm se expandido muito.”

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A marca de pets é dividida em três linhas premium: ossos bovinos naturais mastigáveis, petiscos naturais e a linha de pet food extrusado, que conta com bifinhos e hamburguinhos.
GLOBO RURAL visitou a unidade de Itupeva. As máquinas estão a todo vapor. São aproveitados ainda outros subprodutos como ossos, rótula e etc. Colacrai observa que a produção pet fica aquém da demanda. No total, a Marfrig possui 17 unidades espalhadas pelo Brasil.

Do prejuízo ao lucro

A empresa produz carne em unidades próprias na Argentina, no Uruguai e no Chile. Ela passou do prejuízo para o lucro no primeiro trimestre deste ano, apoiada sobretudo em melhores preços nas operações da América do Norte, embora o volume global de produção tenha caído.

Seis toneladas de carne são preparadas diariamente e destinadas a restaurantes (Foto: Sebastião Nascimento/Ed.Globo)

 

Anunciou, ainda, que teve lucro líquido continuado de R$ 4 milhões no período, ante prejuízo de R$ 247 milhões um ano antes.

Em Itupeva, está a todo vapor também o setor de porcionado do grupo. Embalagens pequenas de picanha, filé mignon, contra-filé, alcatra são vendidas exclusivamente para restaurantes. “A produção é destinada a 20 restaurantes, entre eles a rede América”, observa Roberto Colacrai. Segundo ele, seis toneladas de carne são preparadas ao dia.

A expansão é robusta por conta da facilidade que o controle absoluto que a  carne porcionada oferece aos restaurantes. “Além de exigir menos mão- de-obra dos nossos clientes, a padronização é focada também na qualidade uniforme da carne que produzimos aqui”, ele diz.

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O CEO da empresa América do Sul, Miguel Gularte, destaca ainda o crescimento no comércio de carne das partes dianteiras do boi como sinônimo de reforço ao caixa do grupo. Cortes, como a paleta, de quatro ou cinco anos para cá têm frequentado assiduamente a mesa dos brasileiros.

Era considerada carne de segunda. Hoje, a melhor qualidade, o sabor e a padronização são estímulos ao consumo”, explica Miguel. Ele atribui esse salto no padrão da carne antes considerada de segunda à melhora da genética do gado criado nos pastos nacionais, à alimentação e também a tecnologias como o cruzamento industrial entre as raças europeias (mais suculentas) com as zebuínas, caso da nelore (bastante rústicas).

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Source: Rural

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