Cana de açúcar (Foto: Ernesto de Souza)
O Brasil deverá produzir 615,98 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2019/20. O resultado corresponde a uma redução de 0,7% em relação à safra anterior, que foi de 620,43 milhões de t. Os dados fazem parte do 1º Levantamento da Safra 2019/20 de cana-de-açúcar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 7.
Conforme os técnicos da Conab, a explicação para a queda na produção seria a retração da área colhida, estimada em 8,38 milhões de hectares, uma queda de 2,4%, se comparada à safra 2018/19 (8,59 milhões de hectares). "Embora tenha havido um aumento da produtividade média, não foi suficiente para influenciar positivamente na produção", informa a Conab em comunicado.
A Região Centro-Sul do País, cuja colheita se concentra entre abril e dezembro, deve colher cerca de 566,73 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, representando 92% de toda produção nacional, o que corresponde a uma queda de 1% em comparação com a safra anterior (572,70 milhões de t).
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Em São Paulo, maior produtor nacional, a produção de cana deve diminuir 2,8% em comparação Com a temporada anterior, para 323,42 milhões toneladas ante 332,88 milhões de t em 2018/19.
A Conab explica que a novidade neste primeiro levantamento é que a produção de açúcar voltou a aumentar e deverá atingir cerca de 34,1 milhões de toneladas, um crescimento de 17,4% sobre o período anterior (29,04 milhões de t). "Isso demonstra uma tendência de reequilíbrio entre a destinação de cana-de-açúcar para a fabricação de açúcar e etanol", diz na nota o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Guilherme Bastos.
"Mas, embora o açúcar esteja se recuperando, a tendência é que o mercado ainda se mantenha mais atrativo para o etanol, em razão principalmente da grande quantidade que existe de açúcar no mercado. A Índia, por exemplo, mantém a sua produção elevada e isso diminui nossa exportação e puxa o preço no mercado interno para baixo. Com isso, o produtor opta por investir no combustível", acrescenta.
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O 1º Levantamento mostra que a produção total de etanol está prevista para 31,75 bilhões de litros. Isso representa uma diminuição de 4,2% em relação à safra passada, que foi de 33,14 bilhões. O etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, deverá ter aumento de 16,1%, alcançando 11,10 bilhões de litros ante 9,56 bilhões de litros em 2018/19. Já no caso do hidratado, o total produzido deverá ser de 20,65 bilhões de litros, com redução de 12,4%, ou 2,93 bilhões de litros ante 23,58 bilhões de litros de 2018/19.
Pela primeira vez, a Conab apresenta dados sobre a produção de etanol de milho. O cereal já é responsável pela produção de cerca de 1,4 bilhão de litros do etanol total produzido no País, somando-se anidro e hidratado. Segundo o estudo, o Estado que mais produz etanol de milho é Mato Grosso, seguido por Goiás e Paraná. "Existe a perspectiva de surgirem novas unidades de produção, porque outros Estados já estão investindo para iniciar sua produção nos próximos anos", afirma Bastos. "Entre as vantagens do milho em relação à cana, está o fato do Brasil ser um dos maiores produtores do grão. E vale lembrar que o produto final é o mesmo", conclui.
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Source: Rural