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A cantora e apresentadora Karol Conka com participantes do evento sobre diversidade da Corteva (Foto: Divulgação)

 

A Corteva Agriscience, Divisão Agrícola da DowDuPont, assinou, na útima quinta (25), os 10 compromissos para promoção dos direitos LGBTI+. No mês passado, a empresa já tinha assinado a iniciativa empresarial pela igualdade racial. Os compromissos com a diversidade são a premissa do crescimento, segundo Roberto Hun, Presidente da Corteva para o Brasil e Paraguai.

Hun lembra que o propósito da companhia, que tem 2 mil funcionários em 26 localidades, é enriquecer vidas no campo e nas cidades, garantindo assim o progresso das próximas gerações. “Para sermos competitivos e termos oportunidade de crescer é fundamental proporcionar um ambiente diverso para que todos possam ser quem são e dar o seu melhor”, afirmou durante evento especial junto aos funcionários para discutir a diversidade na Corteva, também chamado de “Encontrão da Diversidade”. Os pactos assinados pela empresa vão além do discurso: no primeiro trimestre, 50% das pessoas contratadas eram mulheres – um percentual bastante significativo para uma empresa do setor agroquímico, que historicamente foi muito masculino. “Temos um legado de empresas que valorizam a diversidade e queremos levar isso para uma escala ainda maior”, ressaltou.

A Diretora de Recurso Humanos da Corteva, Simone Bianche, lembra que 51% dos estagiários contratados em 2019 são negros. “Quando a pessoa consegue dizer quem é, mais produtividade ela tem”, considera. Outras iniciativas são a de incentivar a autodeclaração dos empregados afro e LGBTI+; a contratação baseada na diversidade; a representação de mulheres em cargos de gestão; elevar a representação interna de negros e a inclusão de pessoas com deficiência.

Outra prática é o do programa de advocates, voluntários que atuam como uma espécie de ouvidoria, estimulando a discussão sobre diversidade e denunciando possíveis práticas que vão contra os valores da empresa. Além disso, seis grupos de funcionários trabalham em suas respectivas áreas para aumentar a diversidade e gerar um ambiente mais inclusivo. São os chamados “Networks Corteva”, divididos em Mulheres, Aprendiz, Jovens Talentos, Afro, PCD (Pessoas com Deficiência) e LGBT.

Jogo do privilégio

A fundadora e diretora executiva do ID_BR, Luana Génot, foi uma das convidadas do evento e afirmou que as empresas precisam ter plano específico para cada pilar da diversidade. “Quem quer fazer isso acontecer, precisa debater esse tema, como a Corteva está fazendo”, afirma. Em sua apresentação, Luana lembrou que uma maior participação das mulheres traria R$ 382 bilhões à economia brasileira até 2025, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e que empresas com igualdade racial tem 35% mais possibilidade de apresentar resultados melhores. 

Luana exibiu um vídeo com o Jogo dos Privilégios, no qual os participantes dão passos para trás ou para frente dependendo de oportunidades que tiveram,  como mesada, bom convívio familiar, estudar em escola pública, por exemplo. Ela fez ainda um exercício de verificar o perfil de engajamento dos funcionários com cada causa. Os resultados iam de “fechado”, passando por “aberto” e “interessado” e chegando a “ativista”. Os resultados mostraram que a maioria conhece apenas uma das causas e que pode se engajar com as demais.

“As empresas que, de fato, querem investir em diversidade já tem apresentado indicadores factuais de crescimento. Aquelas que tem se dedicado, colocando seus colaboradores em horário de trabalho para discutir sobre isso, tem conseguido melhores fornecedores, mais engajamento no trabalho. Então, investir em diversidade não é caridade, é um diferencial competitivo”, afirma a fundadora e diretora executiva do ID_BR. Para Luana, o grande desafio para implementação desses pactos no dia a dia é entender que cada uma das questões de diversidade e inclusão têm suas próprias nuances e particularidades. “Precisa ter grupo de trabalhos específicos que dialogam entre si, lideranças engajadas, presidente com discurso coerente, plano de trabalho com metas e prazos e acelerar o tempo para acabar com as desigualdades”, detalha.

De acordo com o secretário-adjunto do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, JP Polo, os 10 compromissos assinados pela Corteva fazem parte de um movimento empresarial para aprimorar a gestão da empresa em relação a promoção dos direitos LGBTI+. “Assinar o fórum é aderir aos compromissos, desde o posicionamento em relação ao tema até como trabalhar isso na comunicação e fortalecimento dos grupos, além de mostrar como trabalhar com a população LGBTI+ dentro e fora da empresa”, lembra. O fórum conta hoje com 67 empresas signatárias e funciona com representantes das próprias companhias. “Os presidentes se encontram duas vezes por ano e há atuação por área: jurídico, RH, financeiro, etc. O fórum trabalha desde os executivos até a base”, garante.

Tema é pop

Durante o evento, a cantora e apresentadora Karol Conka participou de um bate-papo com os gestores da Corteva e lembrou de sua trajetória profissional antes de ingressar na música. “Nunca me encaixei muito bem. Fiz um pouco de tudo. E até hoje acho que não me encaixo, pois faço rap, mas não é muito rap, faço pop, mas não é muito pop”, classifica. Karol lembra que desde pequena realizava coreografias imitando cantoras famosas. “Aos 13 anos, eu fazia balé e a professora disse que eu não poderia me apresentar com as demais meninas porque meu cabelo não mexia. Foi quando minha mãe disse para eu ensaiar com as amigas do condomínio e me apresentar no prédio. Ali, nascia a Karol Conka”, resumiu, contando ainda que a compra de um CD da cantora Lauryn Hill a inspirou a ter o estilo que tem hoje.

Karol contou que não esperava em algum momento estar discutindo diversidade em uma grande empresa. Ela acredita que esse processo é resultado das empresas prestarem atenção ao que as minorias estavam dizendo. “As marcas se ligaram que as minorias são maioria”, conclui.
Source: Rural

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