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Linha do banco para financiamento de máquinas e equipamentos tem taxas de 0,97% a 1,09% ao mês (Foto: Pierre Duarte/Ed. Globo)

 

O banco Santander espera encerrar este ano com crescimento de 28,7% na carteira de agronegócios, atingindo um volume de R$ 21 bilhões. Em dezembro do ano passado, o montante estava em R$ 16,32 bilhões, valor que passou para R$ 17,05 bilhões até fevereiro deste ano, de acordo com números apresentados pelos executivos da instituição financeira, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

O diretor de Agronegócios da instituição, Carlos Aguiar Neto, afirmou que não vê um cenário negativo para o agronegócio. Mesmo diante de incertezas relacionadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China e quanto aos efeitos da epidemia de peste suína africana, que tem atingido, principalmente os planteis chineses.

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O executivo destacou ainda que a valorização do dólar está compensando a queda dos preços internacionais de soja. Usando como referência a rentabilidade da produção da oleaginosa em Mato Grosso, Aguiar avaliou que as margens do agricultor estão dentro daquilo que considera condições normais.

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“Não estamos falando de uma expansão fantástica, mas acredito que não vamos ter uma crise no agronegócio nos próximos dois anos. Isso é cíclico”, disse o diretor de Agronegócios do banco, em entrevista coletiva durante a feira.

Linha de crédito

Em meio ao cenário de escassez de recursos para o crédito oficial, o banco Santander anunciou para a Agrishow uma linha de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, silos e energia solar fotovoltaica. As taxas variam de 0,97% a 1,09% ao mês e empréstimo pode ser quitado em parcelas semestrais ou anuais, o que, de acordo com os executivos do banco, visa adequar o contrato ao fluxo de caixa do produtor ao longo da safra.

“As taxas são mais caras que as do BNDES”, reconheceu o executivo. Ele argumentou, no entanto, que, diante de uma taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5%ao ano, é viável. “Apesar de não ser subsidiada, a taxa livre é razoável e uma solução para períodos sem BNDES. Quem precisa de maquinário vai fazer negócio”, disse ele.

Além da nova linha de financiamento, o banco deve retomar as operações de crédito com recursos do BNDES depois do aporte adicional anunciado pelo governo. Nesta segunda-feira (29/4), durante a abertura da feira, a ministra Tereza Cristina informou que serão destinados R$ 500 milhões para o financiamento de máquinas e implementos agrícolas.

O Santander informou ainda que chega ao parque tecnológico neste ano com R$ 1 bilhão em crédito pré-aprovado, mantendo uma estratégia já verificada em outros eventos do setor e edições anteriores da própria Agrishow. A intenção é dar mais agilidade nas concessões de crédito e elevar as taxas de conversão de propostas em negócios efetivos durante a feira.

Historicamente, o Santander tem registrados níveis de crescimento entre 25% e 27% dos negócios gerados no evento. Para este ano, o diretor de Agronegócios do banco, Carlos Aguiar Neto, reafirmou o otimismo, mas evitou mencionar uma expectativa de resultados

“Se estivéssemos em condições normais de temperatura e pressão, eu diria 20%, mas eu não tenho como dizer”, comentou. “Mas, baseado no que eu tenho visto, os R$ 500 milhões não dá para esta tarde”, avaliou.

Plano Safra

Carlos Aguiar Neto acredita que o plano safra para a temporada 2019/2020 deve vir com um volume maior de crédito a juros livres e menos participação das taxas controladas e um apoio maior a pequenos e médios produtores, com os grandes procurando outras fontes de financiamentos. Além disso, mais bancos privados devem entrar na competição pela clientela no agronegócio, com o Banco do Brasil diminuindo sua representatividade no sistema de financiamento para o setor.

Para o executivo, a fragilidade fiscal que se encontra o país neste momento deve levar o governo a fazer escolhas. E isso tem a ver mais com a falta de dinheiro disponível do que propriamente com a agenda liberal que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta colocar neste novo governo.

“Deve-se privilegiar o pequeno e médio em vez dos grandes? É óbvio, mas não se fez isso. Talvez a gente privilegie o pequeno e médio. Terá o recurso necessário e o grandes produtores vão procurar outras fontes”, avaliou.

Na abertura da Agrishow, a ministra Tereza Cristina afirmou que o Plano Safra 2019/2020 deve ser anunciado no dia 12 de junho.

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Source: Rural

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